O aumento da insegurança, além de intimidar a população, deixa uma conta pesada para a economia gaúcha. Para grandes e pequenos empresários, a principal preocupação deixou de ser investir em expansão e gerar empregos, mas se proteger. Proprietário da Comunicação Impressa, gráfica na zona norte de Porto Alegre (foto), José Mazzarollo é um dos que vive essa deprimente realidade. Nos últimos anos, a empresa - que fica na Avenida Voluntários da Pátria, perto da Secretaria de Segurança estadual e de uma delegacia de polícia - sofreu com assaltos à mão armada e arrombamentos.
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No episódio mais recente - a coluna espera que seja o último -, no final de 2015, foi levado o computador que gerenciava a maioria das operações, com valor estimado de R$ 120 mil. Pouco depois, Mazzarollo descobriu que o equipamento havia sido vendido na rua por R$ 50. E acrescenta:
- Esse tipo de ocorrência adiciona custo para a empresa. Tanto em mudanças de logística quanto implementação de sistemas de segurança.
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E há outro impacto, completa:
- Hoje, 10% do nosso faturamento vai para segurança, e não temos mais investido em ampliação.
Além dos problemas da empresa, Mazzarollo foi vítima do aumento da criminalidade em casa. Seu sítio em Viamão foi invadido, e ele e a família foram feitos reféns por mais de três horas, enquanto eram roubados.
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O pior de tudo, segundo o empresário, é não ver nem interesse nem ação por parte do poder público:
- Dá um grande desânimo ver a falta de iniciativa.