Até o fim do ano deve estar pronta a revisão das especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que tratam da ação e dos efeitos dos ventos em edificações. À frente do grupo que faz os estudos, o diretor do Laboratório de Aerodinâmica das Construções (LAC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Acir Mércio Loredo-Souza, sustenta que grande parte dos estragos causados pelo temporal do dia 29 de janeiro na Capital, como danos a esquadrias e vidros, poderia não ter ocorrido se o regramento atual fosse respeitado.
- As pessoas aceitam os acidentes causados pelo vento, mas 90% dos problemas poderiam ser evitados - garante Loredo- Souza.
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As normas serão aperfeiçoadas, ampliadas e atualizadas para que os materiais e as construções suportem melhor a pressão do vento. Em alguns casos, a revisão pode até aumentar os custos de construção.
- Mas ao longo do tempo traz economia porque evita acidentes - observa o especialista.
Em uma pesquisa paralela, Loredo-Souza também estuda os efeitos do fenômeno chamado de down burst, uma das hipóteses para o temporal que atingiu a Capital.
Por ironia, Porto Alegre sediou, em junho do ano passado, com conferecistas de 33 países, o Congresso Internacional de Engenharia do Vento (ICWE, na sigla em inglês). Foi a 14ª edição e a primeira foi realizada na América do Sul. O evento tratou de tópicos como aerodinâmica e meteorologia.