A Gerdau anunciou há pouco, nesta quarta-feira, a intenção de formar uma joint venture com as japonesas Sumitomo Corporation e The Japan Steel Works (JSW) para atender à expansão da indústria eólica no Brasil. O investimento estimado em R$ 280 milhões deve ter como destino Pindamonhangaba (SP) e tem a intenção de fornecer peças para torres de geração de energia eólica a partir de 2017. Conforme a Gerdau, a associação com as japonesas ainda precisa passar pela aprovação das instituições de defesa da concorrência (SDE e Cade).
A iniciativa é resultado do projeto Gerdau 2022, lançado em 2015, e que visa aumentar a competitividade das operações do grupo. Uma das premissas do plano é a "modernização da cultura empresarial" e o "desenvolvimento de novas oportunidades de negócio". A siderúrgica passa por um momento difícil, em decorrência da desaceleração global acompanhada de superoferta de aço no planeta. No ano passado, as ações de um das empresas do grupo, a Gerdau Metalúrgica, sofreram a maior queda na bolsa de valores, de 85%, e neste início de 2016 já caíram mais 33%.
Conforme manifestação em nota do diretor-presidente (CEO) da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, o grupo está "trabalhando para transformar a Gerdau em uma empresa com melhor eficiência e rentabilidade, considerando os desafios atuais e futuros do mercado mundial do aço". A expectativa é de que produtos de maior tecnologia gerem maiores margens de retorno.
A maior parte do investimento virá dos sócios japoneses. A Gerdau deverá aportar ativos para produção de cilindros, sem previsão de desembolso de caixa. O empreendimento ficará dentro da usina da Gerdau em Pindamonhangaba, que fornecerá aços especiais para a produção das peças para as torres de geração de energia eólica – eixo principal, rolamentos da pá e rolamento da torre. Serão gerados 100 novos postos de trabalho diretos.
A participação da Gerdau na sociedade deverá ser superior a 50% e, portanto, a empresa de berço gaúcho será a principal sócia. A participação dos demais sócios será definida no momento do fechamento da operação. Além de equipamentos para a indústria eólica, a nova empresa também produzirá cilindros para a indústria do aço e do alumínio, produtos que já são produzidos pela Gerdau e vendidos para mais de 30 países. A capacidade total de peças para indústria eólica e cilindros deverá alcançar 50 mil toneladas por ano.
A justificativa para o investimento em período de dificuldades é a perspectiva positiva da indústria eólica no Brasil são promissoras. A Gerdau se baseia em dados da Associação Brasileira de Energia Eólica que projetam expansão da capacidade instalada de geração de energia pela força dos ventos de 8 gigawatts (6% da matriz energética nacional) para 24 gigawatts (11%) até 2024.