A fusão das gigantes americanas da química Dow e DuPont, anunciado nesta sexta-feira, pode ser considerado o "negócio do século" no setor, avalia José Luiz Zuñeda, diretor da Maxiquim Consultoria. A união vai resultar em participações equilibradas na empresa resultantes, que terá um valor de mercado de US$ 130 bilhões. A megagigante vai separar os negócios em três áreas: agricultura, especialidades químicas e ciência dos materiais.
– Um negócio como esse ocorre uma vez a cada século – avalia Zuñeda.
São duas empresas seculares e as maiores dos EUA. Na avaliação de Zuñeda, o negócio pode não impactar diretamente a maior empresa brasileira do setor, a Braskem, que tem unidade no polo de Triunfo, porque é mais focada em especialidades, ou seja, em produtos destinados ao consumo final, enquanto a nacional é uma produtora de resinas plásticas que são vendidas a transformadores.
Zuñeda pondera, ainda, que a tendência de concentração mundial da atividade química mostra o acerto da consolidação da indústria no Brasil. Para entender, quando o polo petroquímico foi criado, na década de 1970, havia mais de meia dúzia de empresas, todas constituídas no chamado "modelo tripartite": participação estatal, de um grupo nacional e de um detentor de tecnologia internacional.
Ao longo dos anos, uma sucessão de negócios foi fechado e a Braskem se tornou praticamente monopolista no Brasil. Conforme Zuñeda, esse modelo tem prevalecido em todos os grandes mercados, com a DowDuPont nos EUA, a Sabic no Oriente Médio, a Reliance na Índia e a ExxonMobil na Europa.