Quando se tornou a mãe de Lucca, em 2013, a psicóloga Natasha Kuhn enfrentou o conhecido desafio de ter de comprar roupas novas praticamente a cada mês, na medida em que o bebê espichava. Assustada com os preços das peças infantis nas lojas da Capital, também espichados, foi em busca de alternativas mais econômicas.
Começou a organizar trocas com os vizinhos de condomínio onde mora, no bairro Sarandi, zona norte da Capital, em meados no ano passado. O que começou como uma solução para reduzir gastos virou oportunidade de negócios na crise, e culminou com a abertura de uma loja, a EcoBrechó.
Além do condomínio
A divulgação espontânea entre os pais fez a solução de Natasha avançar para o lado de fora dos muros do condomínio no Sarandi. A rede de contato com outras famílias cresceu – hoje 160 famílias estão cadastradas –, com a percepção do potencial do negócio. No início de novembro, ela e o marido, Felipe Minella, inauguraram a primeira loja do EcoBrechó, mantendo a mesma proposta de economia compartilhada.
Trocas lucrativas
O brechó infantil do casal oferece três modalidades para os clientes. Compra de peças "usadas" (Natasha conta que não é raro ver roupas que foram aproveitadas apenas por poucos dias), venda e trocas. A terceira opção, explica a psicológa, é a que mais tem rendido em termos financeiros: foi responsável por 35% do faturamento total do empreendimento no primeiro mês.
Sem sonhar
O crescimento rápido do EcoBrechó anima Natasha. Quando abriu a loja, tinha cerca de 3 mil peças novas e seminovas no estoque. Após os primeiros 30 dias, subiu para cerca de 10 mil itens. Mesmo com bons números, ela diz que ainda não "sonha muito" com o futuro do empreendimento nem projeta investimentos em expansão (ainda).
– O principal objetivo, por ora, é ajudar a mudar o referencial de compra das famílias – conclui.