Maior empresa produtora de resinas petroquímicas do Brasil e uma das 10 maiores do mundo, a Braskem, dona de quase todo o polo de Triunfo, fechou ontem contrato de fornecimento de 7 milhões de toneladas anuais de nafta com a Petrobras. Com ajuda de políticos e entidades empresariais, a companhia privada pressionava a estatal para fechar um contrato com preços estáveis há anos. A base negociada é preço de entrega nas unidades no Brasil equivalente a 102,1% da cotação de referência internacional, chamada de ARA (referência aos portos de Amsterdã, Roterdã e Antuérpia).
O contrato tem validade de cinco anos a partir de 23 de dezembro de 2015 e contempla direitos de renegociação comercial para ambas as partes a partir do terceiro ano, caso as condições de mercado sejam alteradas.
A Braskem é uma companhia cujo controle é da Odebrecht, com 36% de participação da própria Petrobras no capital total. Um antigo contrato de fornecimento de nafta da estatal à empresa privada chegou a frequentar os depoimentos da Operação Lava-Jato.
A Petrobras também chegou a anunciar a intenção de vender sua participação na Braskem, em abril deste ano, mas o negócio não teve desdobramentos públicos. A produtora de resinas, por sua vez, chegou a ameaçar a interrupção da produção nos seus diversos polos – são quatro no Brasil – caso não obtivesse acordo para o contrato.