No dia em que foi sancionada a fórmula 85/95, que chegará a 90/100 até 2027, a Icatu Seguros publicou pesquisa em que aponta o desequilíbrio entre desejo e realidade. A idade em que 45% dos entrevistados pretendem se aposentar (maior concentração de respostas) é de 55 anos. No dia anterior, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmara que havia "urgência" em discutir, no governo, idade mínima para aposentadoria.
Na mira de Levy, está o déficit que provoca aceso debate sobre o que é, realmente, despesa com Previdência _ benefícios pagos em retorno a contribuições – e o que é assistência social – benefícios a quem nunca contribuiu, como idosos de baixa renda ou trabalhadores rurais. Com esse argumento, críticos do que consideram uma abordagem "financista" sustentam que o tamanho do buraco não é tão grande – se é que existe.
A previsão do Ministério do Planejamento para o rombo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2016 é de assombrosos R$ 124,9 bilhões, 40,5% acima do que deve ser registrado neste ano e superior a R$ 100 bilhões pela primeira vez.
Significa que, qualquer que seja o endereço do buraco, ele existe, e tem de ser fechado, especialmente em tempos de déficit geral do orçamento da União. A questão é que o tamanho do problema não embute sua solução.
Resolver o nó da Previdência, em tempos de retração geral e no mercado de trabalho em particular, não será tarefa de simples execução. A evolução da fórmula pode ser um alívio, mas está longe de ser solução. Para quem sonha com o pijama e para quem tem de pagar a conta.