Depois de reestrear às sextas, o dia nacional do boato mudou-se para a segunda-feira e espalhou mais insegurança ao reeditar versões sobre a queda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, agora acrescidas de detalhes sobre mudanças na política econômica.
Estariam em análise medidas para aumentar a liberação de crédito, uma forma de descomprimir, pelo bolso, uma situação de aperto político que nasce da desconfiança. Não vai funcionar. Antes de liberar recursos, é preciso reinjetar credibilidade. Especialmente no Planalto. Só será possível se o governo federal se mover na direção certa, não com sopro de recursos sem fundamento sólido.
O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, disse ontem à coluna que a consequência da crise é econômica, mas a causa é política. Ou seja, quem toma as decisões de investir, empregar e consumir não consegue enxergar o horizonte. – A realidade é de total falta de perspectiva – lamenta Müller.
O dirigente empresarial ecoa, em sua frase, a sensação de 11 em cada 10 agentes econômicos – empresários, executivos, trabalhadores. O futuro é opaco e não se tornará cristalino com aumento na liberação do crédito. Dependendo de como for feito, pode tornar ainda mais difícil perscrutar os próximos passos. O sinal não pode ser de mais do mesmo, tem de virar de uma vez o jogo da confiança.