Quando alguém visita a Redação, sempre surgem as perguntas:
– Como vocês ficam sabendo das notícias?
– Dentre tantos assuntos, como escolhem quais vão parar no jornal?
– Quem dá ideia para uma reportagem especial?
A origem das pautas é imensa: de um leitor que liga para o jornal à assessoria de uma grande empresa que envia uma informação; de algo que um jornalista observou no seu cotidiano a um grande acontecimento, como o show de Paul McCartney em Porto Alegre. São centenas, milhares de assuntos possíveis, que os editores garimpam todo dia para o leitor.
– Um dos ingredientes mais instigantes da nossa profissão é a rotina incerta, os fatos novos que surgem a todo momento, obrigando a Redação a mudar planos – diz o editor-chefe de ZH, Nilson Vargas. – Mas isso não impede que tenhamos um planejamento de reportagens mais densas e trabalhadas, que também fazem parte do mix de conteúdos que nossos leitores estão acostumados a acessar em Zero Hora. Para estas reportagens, que publicamos aos fins de semana, quando o público tem mais tempo para leitura, temos cronograma, orçamento, prazos e uma boa dose de energia da Redação.
Uma dessas reportagens de fôlego está publicada hoje no caderno DOC. É um recorte da geração de meninos e meninas nascidos no ano 2000, um grupo cujo perfil é muito diferente de todos os outros. De onde surgiu essa pauta? Da editora e colunista Cláudia Laitano, ao observar sua filha:
– Jornalistas com filhos adolescentes têm uma fonte inesgotável de pautas em casa. Não apenas porque sabemos antes o que vai ser tendência em música ou moda, mas porque eles são as antenas que captam mais intensamente – e antes – o espírito da época. Minha filha nasceu em 1998 e já está na faculdade, mas têm tudo em comum com os personagens da reportagem "Geração 2000". Para os pais, ler o que outros adolescentes sentem e pensam ajuda a entender melhor o que se vê em casa. Para a garotada, a reportagem mostra que mesmo jovens que nasceram no mesmo ano são únicos na forma como assimilam e reagem aos desafios de sua época.
Para o experiente repórter Itamar Melo, o desafio era grande. Como resumir o pensamento e o comportamento de milhões de jovens em uma reportagem?
– Concluímos – explica Itamar – que a melhor maneira seria perfilar um conjunto de adolescentes que representassem diferentes facetas dessa geração multifacetada, de forma que o conjunto desse uma imagem panorâmica de quem eles são. Dessa forma, buscamos ter diferentes gêneros, orientações sexuais, etnias e classes sociais na matéria, gente da Capital, de cidades menores e do meio rural, pessoas voltadas para o mundo dos negócios ou para a militância política, gente de direita e gente de esquerda. Foi a melhor opção porque, ao conversar com esses jovens, o que se descobre é que eles têm a liberdade de ser muito diferentes entre si, e talvez seja exatamente essa liberdade de não se prender a padrões e regras o que caracteriza a geração. São pessoas que buscam fazer aquilo em que acreditam, não importa o que os outros vão pensar.
E você, tem uma ideia de pauta bacana? Envie a sugestão para mim! Bom fim de semana e boa leitura.