Como é bom dizer não. É libertador! Sublime! O não para o outro, normalmente, é um sim para você mesmo. Quantas vezes somos jogados à armadilha de ter que abrir mão das nossas prioridades para agradar alguém, pra ser educado, pra manter um emprego? Será que vale a pena?
Queria propor essa reflexão. Vamos pensar juntos: qual foi a última vez que você disse não para alguém? Aquele não redondo. Sem meia volta, sem desculpa, sem ficar com vergonha. Um N-Ã-O maiúsculo? No meu caso, faz tempo. Normalmente tenho a tendência a ceder, pensar bem, fazer o possível pra agradar e facilitar as coisas. Mas viver assim cansa!
Fui pesquisar sobre o assunto e encontrei especialistas em neurociência dizendo que essa falta de coragem de dizer não pode prejudicar muito a pessoa que sempre deixa o caminho fluir e que costuma ceder com facilidade.
O sim é óbvio, dizia um dos especialistas num dos vídeos que assisti. Já o não normalmente é dito em entrelinhas pra não magoar o outro.
Repare bem nos seus amigos, parentes... Como eles reagem quando você nega algum convite? Quando se recusa a fazer algo? Quando não apresenta um “motivo” para não ir a algum lugar? E vou mais fundo: quantas vezes você já mentiu, inventou algo para poder dizer um não sem ser constrangido por isso?
Precisamos, sim, dizer mais NÃOs. E, da mesma maneira, precisamos lidar bem com ouvir um não. Mas aqui há um ponto bem importante nessa reflexão. O não é sempre uma oportunidade para mudar a rota, pra entender que aquele lugar não é mais teu, que aquilo não tem tanta importância. Tem vezes em que o não é um grande sim pra todo o resto.
Pra resumir e concluir esse meu pensamento, eu diria que a questão que simplifica essa teoria é o domínio das próprias escolhas e da vida que a gente leva. Não devemos esperar liberação de ninguém. É um saco viver com a carga de ser avaliado e de ter que dar importância pra essa avaliação. Ninguém, além de nós mesmos, pode dizer sim ou não pras nossas próprias prioridades.
E, além disso tudo, poucas pessoas lembram das inúmeras vezes em que você disse sim para elas. O “não”, esse sim, é inesquecível! Ingratidão? Talvez. Mas esse é assunto para uma outra sexta-feira.