Renato é uma lenda gremista. Tão lenda que virou estátua. Renato, quando pressionado nas coletivas, repete que é pago para tomar decisões. A notícia de mais uma lesão muscular do centroavante Diego Costa é dilacerante. Porque ele voltou melhor depois da parada do futebol no Rio Grande por um mês, por conta das enchentes. Ele "Suarizou". Agora faz gol decisivo e dá assistências.
Na projeção otimista, ele só volta na primeira partida contra o Fluminense, no mata-mata da Libertadores, lá em agosto. E eu usei o dilacerante porque, segundo a reportagem sempre atenta de GZH, o substituto do Diego neste domingo, contra o Botafogo, mais uma vez será o JP Galvão. Aqui começa a reflexão que vem junto com um desafio aos estatísticos. Porque não lembro de outra insistência tão grande do comandante que é pago para tomar decisões.
Também não lembro do Grêmio entrar em campo por tantos jogos com um centroavante que não faz o que se espera de um centroavante. O atacante que tem uma convocação para a seleção da Itália e foi ídolo no Cagliari, soma 40 partidas pelo time gaúcho com apenas 3 gols marcados.
A nova camisa tricolor é inspirada na campanha da primeira edição da Copa do Brasil, em 1989, que o Grêmio ganhou. O centroavante daquele time que ainda tinha Mazzaropi, Edinho, Assis e Cuca, o centroavante era o Kita, um goleador por onde passou. Seu reserva imediato era o folclórico Nando Lambada. Alto, magro, e tão esforçado que uma vez até perdeu um dente na disputa de um lance. Kita não jogou as finais contra o Sport e o Nando foi escalado. Ele não fez gol, mas a jogada do 1 a 0 que começou com Cuca passou por ele, na ponta-direita, antes de chegar ao pé esquerdo de Assis.
Nando não tinha condições técnicas para ser titular, mas fazia o que se espera de um centroavante reserva: alguns gols e muita ajuda. Seus números na passagem por Porto Alegre são melhores que os de JP Galvão. Nando jogou 49 vezes e marcou 11 gols.
A janela de transferências está por abrir e o Grêmio não precisa de um outro Diego Costa. Alguém deste tamanho é raro, caro e o clube não tem dinheiro para isso. A direção precisa achar alguém com mais qualidade. Achar um novo Nando. Assim, Renato poderá seguir recebendo para tomar decisões com uma mudança importante. Mais qualidade no banco de reservas, aumenta a chance de acerto e liberta o comandante de sua maior teimosia.