Bom, chegou o fim de ano e, com ele, aquela inevitável hora de ouvir toda sorte (ou azar) de previsões para o ano seguinte. Esta coluna, pois, mete a colher nos presságios graças a um intrincado modelo de chute que mistura obviedades e chavões com linguagem genérica para fazer os incautos acreditarem que se pode antever o futuro. Vamos lá então:
POLÍTICA
- Um importante... não, peraí... pode-se ver mais de um importante político perdendo a pompa ao se ver ameaçado de prisão. Eduardo Cunha é um deles. Ele reagirá atacando e acusando seus detratores de persegui-lo.
- Apesar das denúncias, das provas e das confissões, um grupo de deputados seguirá fiel ao presidente da Câmara afirmando que nada foi comprovado contra ele.
- O ex-presidente Lula passará o ano viajando ao Exterior e a Brasília para conversar com Dilma, aproveitando a liberdade entre os depoimentos à Polícia Federal. Em todos, repetirá que não imaginava que houvesse algo de errado a sua volta.
- O Congresso entrará em pânico com uma nova lista de investigados.
- O PMDB entrará e sairá do ano rachado.
- Até o Carnaval, Brasília viverá em relativa calma. Depois, ocorrerá uma série de sobressaltos inesperados.
- A popularidade da presidente Dilma persistirá no vale de lágrimas. A cada dois meses, ela prometerá cortar ministérios e CCs.
- O Planalto encaminhará reformas da Previdência e trabalhista e, como sempre, recuará.
- Manifestações pró e contra Dilma encherão as ruas. As redes se ocuparão em discutir quem colocou mais gente na Avenida Paulista.
- Renan Calheiros será acusado de algo muito grave.
- Novos acordos de delação farão estremecer a República. Pelo menos um empreiteiro confessará como ajudou a financiar irregularmente campanhas para presidente.
- Na eleição municipal, apesar das denúncias, muitos acusados de corrupção serão eleitos.
- O japonês será convidado a disputar uma vaga na Câmara de Curitiba.
ECONOMIA
- Não será desta vez que a economia se recuperará. O ministro Nelson Barbosa entrará no ano desacreditado.
- A Petrobras seguirá em dificuldades, graças à combinação de denúncias de corrupção e ao preço baixo do petróleo.
- O dólar ficará nas alturas e a Bolsa viverá períodos de montanha-russa. A caderneta de poupança perderá para a inflação, que seguirá acima da meta.
- Os bancos serão dos poucos a ganhar muito dinheiro.
OUTROS
- Um grande clube será rebaixado.
- A Olimpíada começará sob uma chuva de críticas pelos improvisos e gastos, mas acabará como um sucesso.
- Um ator e uma atriz vão ser flagrados na praia/protagonizar um escândalo/virar febre na internet/se queixar das redes sociais/ser esquecidos.
- Apesar das impressões em contrário, o Brasil não vai acabar.