Renato não gosta de meias atuando pelos lados, mas insiste em Vina naquele setor. Ele e Cristaldo juntos não entregam a intensidade tão exigida no futebol atual. Não se trata de condicionamento físico, é característica mesmo. Não é a deles correr atrás de lateral ou pressionar a saída de bola dos volantes adversários.
Sem abrir mão da ideia, Renato viu Bragantino e Palmeiras finalizarem quase 50 vezes no gol do seu time em dois jogos. Claro que Zinho não é dos mais afirmados, mas é o único com perfil diferente. Ele é o escape, a velocidade que é quase nula no Grêmio. Aliás, foi com Zinho que o Grêmio tentou criar, pasmem, a única jogada de ataque no segundo tempo contra o Palmeiras.
A outra incoerência está no discurso pós-goleada sofrida em São Paulo. Renato atribuiu a derrota, entre outros motivos, ao retorno de vários jogadores de lesão. Esse é ponto. O técnico apostou em Reinaldo, Carballo e Villasanti juntos, já no início do jogo. Os dois primeiros claramente estavam sem ritmo e sem força. Pesou para o time no confronto que, segundo o treinador, é dos mais difíceis pela qualidade do adversário e o gramado sintético. Não fez nenhum sentido os três iniciarem em um dos jogos mais complicados do campeonato.
Há ainda o erro pelos três zagueiros. A tentativa é válida, claro, mas Renato já poderia mudar no primeiro tempo. E se contra o Bragantino faltou alguém para auxiliar Diogo Barbosa, contra o Palmeiras foi a vez do jovem Thomas Luciano ser driblado a noite toda. O Grêmio joga exposto, por ausência de jogadores, pela característica de alguns deles, mas também pelas escolhas e incoerência do seu treinador.