Já me perguntaram muita coisa, interessante, boba ou doida, nas entrevistas pelo país afora e até fora dele. Outro dia, porém, um professor da plateia me deliciou perguntando: "Dona Lya, que motivo devo dar a meus alunos para estudarem?". Não precisei pensar: "Ué, para não ficarem burros". Risada geral, até eu achei graça, porque era tão verdadeiro embora meio irreverente. Prefiro certa irreverência ao politicamente correto, que acho detestável, hipócrita, moralista e... burro também. Ontem, ao telefone, numa entrevista, me perguntaram por que alguém deveria ler Virginia Woolf, de quem, aliás, traduzi há muito tempo uma bela biografia e uns quatro romances. Depois a jornalista emendou: "Melhor primeiro dizer por que as pessoas deviam ler".
Cultura
Por que a gente devia ler
Acho que não se trata de dever ler, mas de exercer o direito de ler
Lya Luft
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