Eduardo Coudet pegou no seu colo um problema quando chegou ao Inter. Quatro decisões em fevereiro. Bom, eu e você sabemos que o ano começou na Quarta-Feira de Cinzas.
Todos os nossos planos de janeiro foram realizados para beber porres em blocos, escolas de samba ou na sala de casa mesmo. Pois que o argentino chegou no começo do mês passado e colocou algo na cabeça: vou encher o time de volantes. Vou espalhá-los pelo campo, os debates esportivos vão discutir qual a função deles e, claro, contá-los.
O que ele queria com esse monte de defensores? Defender, ora. Não levar gols qualificados em casa e, fora, se proteger para não perder, porque quem não toma não perde. Você acabou de ler o óbvio.
Não reclamo porque o óbvio é ululante, mas nem sempre cristalino. Seguirei nessa linha. Pois bem: com Musto, Lindoso, Edenílson e Patrick você defende bem. Mas ataca mal. Mal chega na meta adversária. E foi exatamente isso que ocorreu em fevereiro.
Foram quatro decisões "fevereiras". O Inter empatou duas, ganhou uma de 2 a 0 e outra por 1 a 0. Ou seja: foram quatro jogos sem Lomba sofrer tento algum. E a única mudança no meio defensivo foi a lesão de Patrick que fez (Boschilia entrou). Então, todo o planejamento realizado por Coudet, treinado e escalado, deu certo.
Sem levar gols seria mais fácil chegar na fase de grupos. E assim foi. O que tenho certeza que também passou pela cabeça de Coudet foi outra obviedade: é mais difícil fazer gols com muitos volantes. Mesmo que eles exerçam outras funções e ocupem outras áreas do campo.
Mas todo Carnaval acaba. E todo ano começa. Mais duas coisas óbvias para afirmar que é transparente e berrante que o Inter mudará sua escalação. Porque o perigoso fevereiro se foi. Agora, Coudet terá — também — de atacar.