A bagunça está instituída no futebol carioca. Mais um exemplo do retrato de caos e do desgoverno que vive o tambor do Brasil. A partida de retorno do estadual será secreta. O encontro de Flamengo e Bangu, no Maracanã, nesta quinta-feira (18) às 21h, por razões óbvias, será sem a presença do público.
Como o rubro-negro não fechou contrato dos direitos de transmissão com a Globo, não haverá televisionamento. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro confirma para domingo o duelo entre Vasco e Macaé em São Januário.
Outro problema da volta do futebol do Rio de Janeiro é o fato de Fluminense e Botafogo não estarem de acordo com a medida. Ambos tiveram seus jogos marcados para a segunda-feira. Sequer iniciaram os treinamentos. A bronca vai parar na Justiça Desportiva. O presidente do Flu, Mário Bittencourt, pretende remarcar os jogos do clube para julho. O dirigente alega que o grupo de jogadores ainda não está com a preparação adequada. Já o mandatário do Fogão, Nelson Mufarrej, afirmou que também não tem como cumprir o calendário proposto.
O retorno da bola rolando no Rio de Janeiro é absurdo. Depois de São Paulo, é o estado do Brasil com o maior número de mortes pelo coronavírus. Para termos uma ideia, nos seis países mais afetados pela covid-19, a média do intervalo entre o pico de mortes e a volta da bola rolando é de 70 dias.
No Rio, as autoridades querem o retorno apenas 15 dias após o pico de contágio. Se é que realmente o ápice da pandemia já foi ultrapassado. Além disso, ao lado do Maracanã há um hospital de campanha, evidenciando o momento crítico. Uma antecipação perigosa. Para termos um ponto de comparação, o futebol paulista começará a treinar somente no dia 1º de julho. E os clubes acordaram de fazer quatro semanas em pré-temporada.