É muito simples. Até certo ponto, óbvio. Romildo Bolzan Jr. só não seguirá no comando do Grêmio, por mais três anos, se não quiser. Todos os outros fatores conspiram para a continuidade do comandante gremista. Vamos a eles! Em paz com a torcida, com resultados positivos no campo e nas finanças e excelente relação interna com os conselheiros, a confirmação do fico é apenas questão de tempo.
O genial escritor Nelson Rodrigues certa vez disse que “toda unanimidade é burra”. Talvez seja a única explicação para que apenas um conselheiro do Grêmio não ter votado a favor da inclusão de uma nova regra no estatuto do clube, que permitiria a reeleição de Bolzan. Justamente para quebrar a unanimidade. Dos 226 presentes na reunião realizada na Arena, apenas um votou contra a medida. Por razões éticas, teve ainda uma abstenção, justamente do mandatário gremista.
Claro que a decisão ainda passará pelo crivo do associado, parte fundamental do todo processo. Mas o caminho para a permanência de Romildo Bolzan Jr. por mais três anos, começa a ser pavimentado. As conquistas recentes de títulos importantes, como a Copa do Brasil de 2016 e a Libertadores da América de 2017, além do saneamento das finanças do Grêmio, indicam claramente que não há quem possa bater de frente com o atual presidente.
Antes de assumir a presidência em 2015, indicado por Fábio Koff como candidato da situação, Romildo Bolzan era um conselheiro de participação discreta na linha de frente no clube. Como vice-presidente da gestão que terminava, teve o respaldo de mais de 71% dos votos dos associados na disputa com Homero Bellini Jr.
Em entrevista à GaúchaZH no início da gestão, Bolzan fez uma previsão de que levaria quatro anos para sanear o clube financeiramente.
O resultado superavitário do ano passado apresentado na reunião de ontem indica que, pela terceira vez consecutiva, o clube fecha as contas no azul, com recorde de R$ 54 milhões no positivo, representando um crescimento de 391% em relação a 2017.
Além dos resultados positivos dentro de campo, Romildo Bolzan Jr. pacificou o Grêmio politicamente. Nos tempos recentes, se viveu muito a dualidade Fábio Koff x Paulo Odone, com ânimos acirrados de ambos os lados. Em nada a situação contribuía ao crescimento do clube. Por tudo isso, o atual presidente realmente só não ficará comandando o clube, se optar por não permanecer. E tudo indica que Bolzan quer continuar.