Como Eduardo Coudet sempre está no centro de debate aqui na ponta sul do mundo, sua ida para o Alavés faz do clube um ponto de interesse. Será como quando Chacho se transferiu para o Celta e sua campanha era monitorada por aqui jogo a jogo.
Mais do que seguir o técnico, observar de perto o Alavés é a oportunidade de inteirar-se dos processos de um clube reconhecido na Espanha pelo seu projeto inovador, alicerçado em ciência, educação e negócios do esporte. O Alavés mostra que apostar em inovação independe de tamanho, divisão e lugar. Está instalado em Vitoria-Gasteiz, capital do País Basco, com apenas 258 mil habitantes, circundada por vales e muito verde.
A vida do Alavés é permanecer na elite. Como está na borda do Z-3, decidiu trocar de treinador. O máximo que ficou na primeira divisão foram seis temporadas seguidas, até cair em 2021/2022, para voltar na temporada seguinte.
Innovaraba
Foi no entorno desse clube pequeno que surgiu um dos projetos mais arrojados de inovação do futebol espanhol, o Innovaraba, um hub de esporte, ciências médicas, educação, entretenimento e tecnologia. Tudo convergindo e buscando geração de receita. O projeto vem da ousadia de Jose Antonio Querejeta, empresário basco que, em 2011, criou o Baskonia-Alavés Group.
Além do Alavés, fazem parte do conglomerado o Baskonia, equipe de basquete quatro vezes campeã espanhola e fundadora da Euroliga, o Bakh, um centro esportivo e de entretenimento de quatro hectares, o The Factory, o centro de inovação e novos negócios, a universidade Euneiz e, comprado em 2018, o Istra, clube de futebol da primeira divisão croata.
O Innovaraba é o pacote que conecta todos esses negócios. Numa segunda fase, o projeto prevê uma escola internacional e uma residência para albergar 400 estudantes. Além de um hospital direcionado à medicina esportiva.
A escola internacional, primeira naquela região, é estratégica, para acolher os filhos dos cérebros estrangeiros. Assim como o dormitório da universidade é a estrutura para quem vier de longe fazer a faculdade.
O Alavés e o Baskonia estão no centro desse projeto, como um campo de aplicação de tudo que será desenvolvido. Já o The Factory estará ligado a uma incubadora e aceleradora de start-ups que está sendo instalada.
O plano é estimular e atrair empresas e apoiar o desenvolvimento de projetos voltados ao negócio do esporte. É nesse cenário de inovação que estará Coudet retomando sua carreira depois de um 2024 atrapalhado e sem resultados em Porto Alegre.
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