A seleção feminina se prepara para buscar o selo que ainda falta a este projeto de estruturação da modalidade. A geração que virou o jogo na Olimpíada e deixou pelo caminho França e a poderosa Espanha é a primeira que se beneficia da mudança implantada em 2017, que obrigou os clubes da Série A a contar com times profissionais e de base femininos.
O processo está recém no começo, são sete anos somente. Porém, fica claro que quando houve investimento e organização, o resultado apareceu.
Esta, podemos dizer, é a terceira onda da modalidade no Brasil. Lá atrás, na década de 1980, tivemos as pioneiras. Impossível não lembrar o Radar, clube carioca que ganhava todos os títulos.
Depois, a partir da Olimpíada de 1996, a primeira com futebol feminino, veio a geração de Formiga, Sissi, Pretinha, Roseli e Kátia Cilene.
Marta é da geração seguinte. Foi dela a voz que pedia investimento e apoio depois da eliminação na Rio 2016.
Impossível se esquecer do alerta dela de que "uma Marta e uma Formiga não durariam para sempre". Pois, neste sábado (10), a nossa rainha passa o bastão para essa geração que nasceu em outra realidade, com campeonato nacional em duas divisões, categorias de base estruturadas e melhores condições.
Como disse antes, esse processo de construção do futebol feminino está só no começo. Há um longo caminho pela frente.
A disputa do ouro é a prova de que o campo apenas reflete o que é feito fora dele em gestão e planejamento. Estamos no caminho da afirmação, que, fiquem certos, dará um grande passo no Stade de France e se agigantará na Copa de 2027 sob nossos olhos.