Venceu o Gre-Nal quem teve mais qualidade. O clássico porto-alegrense, historicamente, é assim. Quem tem menos ferramentas transpira mais, luta em dobro e, no momento decisivo, decide quem tem as melhores individualidades. Alan Patrick, neste momento, é justamente a melhor individualidade no mundo Gre-Nal. Por isso, o Inter fez tanto esforço para que ele estivesse em campo. Por 70 minutos, esteve longe de ser o Alan Patrick de sempre. Mas bastou um lance para criar a jogada do gol. Aliás, Vitão é outra individualidade que destoa neste momento.
Não foi pelas individualidades que o Inter ganhou o clássico. É bom deixar claro. Elas desequilibraram na hora decisiva. Mas até essa hora chegar, viu-se um Inter aterrado ao plano de jogo do seu técnico.
Era certo que o Grêmio partiria de maneira feroz para cima. A urgência na tabela, o estádio quase todo azul e a chance de alavancar-se do atoleiro com vitória no clássico, fariam com que tomasse a iniciativa. Coudet pensou bem o jogo, conseguiu o 1 a 0, recuou e passou a fechar caminhos. Quase que o seu time ainda amplia a vantagem.
Para o Inter, vencer o terceiro Gre-Nal seguido dá amostra de força. Mas, no contexto do Brasileirão, o clássico fez se aproximar dos lideres e avançar mais uma casa no caminho de volta ao Beira-Rio. Essa arrancada pós-enchente exigia pontuar e seguir com os lideres na vista. Saiu até melhor do que isso.
Não fosse o gol sofrido no último lance contra o Vitória, estaria invicto, com três vitórias em seis jogos. Nada mal para quem quase foi crucificado ao sofrer a terceira e quarta derrotas no ano.