Havia uma tonelada nas costas dos jogadores e uma pressão gigantesca sobre o time inteiro. Mais: havia um simbolismo na partida, pela volta para casa depois de tanto tempo. Era preciso, diante desse combo todo, vencer. O resultado valia mais do que tudo. Assim, o 1 a 0 sobre o Fluminense teve tamanho de goleada.
Depois de sete rodadas, veio a primeira vitória no Brasileirão nesse período pós-enchente. O rendimento ficou longe de ser um primor, mas, no contexto atual, isso acaba sendo secundário. Perder para o Fluminense poderia fazer romper o gelo fino em que o Grêmio vinha se movendo, já com alguns trincos pela crise técnica e também por sinais de uma crise política nos bastidores.
A tarde congelante em Caxias do Sul também ajudou a mostrar para Renato que um outro mundo é possível sem JP Galvão. Funcionou a ideia de usar Cristaldo como um falso nove, livre para transitar na faixa central e abrindo espaços para infiltrações de Edenilson, Pepê e Gustavo Nunes.
Mais do que conhecimento de tática e capacidade de gestão de grupo, um técnico também precisa ser bafejado pela sorte. Renato não pode reclamar disso. Porque, justo quando havia chamado JP Galvão para conversar, veio o gol de Gustavinho, entrando em diagonal e completando uma boa trama de Pavon e João Pedro.
Neste momento, Galvão vestiu seu casaquinho de novo e voltou para o banco. O Grêmio seguiu seu caminho no jogo e, com o gol, ganhou confiança. Gustavinho cresceu, passou a vencer os duelos, provocar faltas e levar perigo.
Renato fez os movimentos corretos, fechou o time, depois renovou gás com Carballo e Galdino e administrou. O Fluminense hoje é um espectro do time campeão da América há sete meses e enredou-se ainda mais quando teve Lucumí expulso.
A tarde terminou com o Grêmio no ataque, buscando o segundo gol. Embora, esse 1 a 0 já tivesse tamanho de goleada. Era preciso vencer diante do cenário cinzento que vivia o time, com pressão interna e até desatinos da torcida na chegada a Caxias, com ameaças e ofensas aos jogadores. Quarta, será contra o Palmeiras. Porém, já sem o piano nas costas que cada jogador vinha carregando.