O Inter conquistou a vitória mais importante do ano. Era fundamental ganhar do Bahia para desanuviar o ambiente e desligar a máquina de tensão que parece guiar comportamentos colorados.
A virada de 2 a 1 trouxe ainda demonstrações de empenho, de entrega e de disposição que reconectaram time e torcida, depois da crise conjugal causada pela eliminação no Gauchão e pelo constrangedor empate com o Tomayapo. Os colorados, pelo acúmulo de fracassos, estão irritadiços além da conta. Vaiam até se a pipoca está com menos ou mais sal. E assim foi neste sábado. O que colocou um segundo piano nas costas dos jogadores.
O primeiro tempo, amarrado, submetido à marcação do Bahia, fez boa parte dos mais de 22 mil que enfrentaram a chuva em Porto Alegre irromper em vaia. Os muxoxos ouvidos na escalação ganharam força ao final do primeiro tempo. Foi quando Coudet mostrou que sabe usar as variações entregues pela direção.
Fernando passou de zagueiro para volante, Wesley substituiu Lucca e Bruno Henrique, Bruno Gomes. Mauricio passou a jogar por trás de Borré, e Wesley e Wanderson abriram nas pontas. O sistema foi o mesmo, porém, com mudanças de comportamentos. Em vez de meias, extremas pelos lados. Os laterais passavam pelo lado ou pelo meio. Assim, o Inter chegava com sete, oito.
As chances se acumulavam, porém, sem efetividade. Borré teve, pelo menos, três. Claras. Wesley, pela direita, ganhava os duelos com os marcadores. Só que a fase do Inter estava longe de ser a melhor.
Biel, em contra-ataque, fez 1 a 0. Porém, veio a virada. De placar e de ambiente. Wesley empatou dois minutos depois, em jogada que se iniciou em arremesso lateral e teve corta-luz de Mauricio no meio do caminho. A 10 minutos do fim, veio o gol de Fernando, em escanteio.
Não foi o Inter que na reta final de 2023 e começo deste ano encantou. Mas foi um Inter que mostrou inconformidade o tempo todo e soube superar, além do Bahia, a pressão que o próprio Inter, em todos os seus contextos, coloca sobre si.