A Catalunha passa por uma seca histórica. A maior desde que começou a se fazer registros. O verão aqui foi sufocante. Cheguei na primavera, e ainda peguei temperaturas na casa dos 30ºC. Completei nesta semana dois meses em Barcelona. Se choveu em quatro ou cinco dias, foi muito. E estou falando de chuva esparsa, daquelas que mal molham quem caminha pelas ruas.
Barcelona e outras 35 cidades estão em estado de pré-emergência. Se não tivermos uma mudança de cenário em janeiro, entraremos em estado emergencial. A situação é tão grave que apenas o Ajuntament (como chamam a prefeitura) pode fazer a rega de árvores e plantas. Todos os dias, um pequeno caminhão-pipa percorre as ruas aguando o verde. Foi a solução para evitar que morram. As fontes, tão tradicionais nas ruas, estão secas. A população está proibida de lavar carro, regar jardim, lavar fachadas e calçadas.
O plano contra a seca chegou aos clubes. Para ter a permissão de molhar os campos de treino e jogo, Barcelona, Espanyol e Girona terão de fechar torneiras do vestiário. Ou seja, o banho dos jogadores terá de ser feito em casa a partir de janeiro.
No domingo (10), antes do jogo no Estádio Olimpico de Montjuic, os presidentes do Barcelona e do Girona assinaram um protocolo se comprometendo com que os clubes se engajem na luta contra a seca. Caso não tenhamos uma mudança em janeiro e fevereiro, a Generalitat, o governo da Catalunha, admite buscar água de navio em portos como os de Tarragona, Mallorca, Murcia e Marsella. Seriam dois navios por dia. O que faria, também, que o preço da água quadruplicasse.