Renato mexeu as peças, partiu para uma terceira ideia de jogo e atualizou seu Grêmio para encarar as durezas da Série A. A dificuldade com o jogo intenso dos adversários foi amenizada. O time do Gre-Nal, que será repetido nesta noite, encurtou o campo, marcou mais alto e esteve mais agrupado.
Evitou assim correr longos percursos com jogadores cuja característica é fazer a bola correr. Por ironia, Renato trocou um meia-atacante de bom trato com a bola por um zagueiro. Se olharmos friamente, essa foi a troca. Por trás dela, no entanto, há mudanças significativas na estrutura do time e na forma de ele se postar e se portar no campo.
Será com essa ideia que o Grêmio enfrentará um adversário cuja marcas principais são o jogo vertical e a intensidade. Nada de pentear a bola ou jogá-la para os lados. Esse Cruzeiro 2.0 do português Pepa prima pela objetividade e por executar as jogadas no menor tempo possível. Eram essas as características que fizeram o Grêmio pré-Gre-Nal padecer.
O próprio jogo de ida contra o Cruzeiro foi um retrato disso. Os mineiros tiveram a chance de encaminhar o confronto no primeiro tempo. Falharam na pontaria e deram ao Grêmio tudo do que ele precisava, tempo para se reconfigurar.
O jogo desta noite, no Mineirão, se apresenta como o grande teste para este novo Grêmio. A vitória sobre o Athletico, na Arena da Baixada, serve como bom cartão de apresentações. Mas ali havia algumas figuras que deram ao time a energia que este Brasileirão, em especial, está exigindo a cada jogo.
Ao apostar em Mila e Cuiabano, Renato carrega as baterias do time. Acrescente-se a essa lista Galdino. Não estamos falando aqui de refino técnico ou virtuoses, mas de jogadores que transpiram. O que é fundamental para um jogo de trocação como estão se propondo quase todos neste Brasileirão e na Copa do Brasil.
Com Carballo, Cristaldo e Bitello, pelas características dos dois primeiros, há uma queda na intensidade. Porém, eleva-se a qualidade. É essa equação em que Renato aposta para encarar a noite em Minas.