Nada de losango ou outra formatação no meio-campo. O Grêmio começará o ano no 4-2-3-1, o esquema que Renato vem utilizando desde que voltou ao clube em 2016 e com o qual se consagrou campeão das das Copas Libertadores e do Brasil. Ele espera ainda por mais um extrema para o lado direito. No caso, Michael, cuja vinda depende da liberação do Al Hilal, da Arábia Saudita.
O meio-campo será o setor com a disputa mais intensa por vaga. Há quatro jogadores para as duas primeiras posições: Villasanti, Bitello, Pepê e Carballo, além, é claro de Thaciano, Lucas Silva e Thiago Santos, remanescentes de 2022. A tendência é de que Cristaldo, com características de "enganche", como dizem os argentinos, seja o meia central de um time que terá a bola e buscará se defender com ela. Foram essas as impressões que fiquei da rápida conversa que tive com Renato nesta tarde de quinta-feira (5), pouco antes de ele iniciar o treino no CT Luiz Carvalho. Confira o que disse o técnico.
Como você pretende formatar o time, agora que tem jogadores com características variadas? Podemos ver o Grêmio com losango no meio? Ou a ideia é seguir no 4-2-3-1?
A princípio, jogarei no 4-2-3-1, com variações, dependendo do que estará acontecendo no campo. É complicado ter um plano só. Precisamos ter alternativas, para usar conforme as partidas se desenrolam. Posso estar em um sistema e mudá-lo. Dependerá também muito dos jogadores que terei nas mãos.
No caso de um 4-2-3-1, você sempre teve de um lado um extrema e do outro um jogador mais de marcação. Quem seria esse outro jogador de lado? Hoje, como extrema, há o Ferreira.
Gosto muito de ter outro atacante pelo lado, além desse extrema (Ferreira). Estamos esperando algumas situações se definirem (o outro jogador seria Michael, cuja vinda depende da liberação do Al-Hilal). Até essa situação se definir, vamos começar com o Gustavinho e o Éverton (Galdino).
Nesse cenário de adotar um 4-2-3-1, você terá uma fartura de jogadores para essas duas primeiras funções. Chegaram mais Pepê e Carballo.
Um grupo não termina em 11 jogadores. Para brigar por coisas boas, é preciso um grupo forte, não apenas um time forte. Já falei para eles (jogadores) que não vai jogar comigo no nome, no salário. Jogará quem estiver melhor. É muito melhor contar com várias opções para brigar por lugar no time. Quem está jogando sabe que tem alguém do lado de fora pronto para entrar.
Você tem pedido aos jogadores no treino para que dêem um toque na bola apenas, acelerando a troca de passes. A ideia é repetir aquela ideia de 2016, 2017, que encantou a todos, de se defender com a bola?
A posse de bola, eu valorizo bastante. Por onde passo, valorizo esse estilo de jogo. Mas, para isso, dependo das características dos jogadores. Lá atrás, eu tinha o Maicon, que fazia o time ter a bola. Quanto mais estiver com a bola nos pés, menos perigo vou correr do adversário. A ideia, olha bem, é ter a bola, mas acelerar o jogo. Não gosto de ficar com a bola, ter 80% de posse, daí você vai ver, metade desse tempo, ela ficou nos pés dos zagueiros. Não, com a bola, quero agredir o adversário.
Sua linha de defesa que está sendo montada é de jogadores mais rodados, acima dos 30 anos. Como fazer para que essa linha esteja blindada e não precise correr para trás?
A blindagem na zaga é as linhas estarem juntas. As três linhas. É para não dar espaço ao adversário. Quando estiver atacando, minha linha de defesa tem de subir junto. Para se defender bem, uma linha tem de estar muito próxima da outra.
Você acaba de ganhar o Suárez, que é exímio finalizador, assim como Diego Souza. Porém, eles têm características diferentes, um joga mais pelo chão, outro pelo alto. Como potencializar a capacidade de um Suárez?
Acho que o mais importante é que quero o centroavante mais próximo da área possível. Quanto mais ele estiver perto do gol, melhor. O Suárez é goleador, da mesma forma que o Diego. Minha ideia é posicioná-los lá na frente. Quando você tem um cara como eles, com a idade deles, para agredir o adversário, tem de usá-lo próximo da área. Quanto mais dentro dela ele estiver, melhor.