Há outro ponto, além do aspecto técnico, a ser valorizado pelos torcedores do Grêmio pela iminente contratação de Luis Suárez. Trata-se de uma liderança positiva. Mais do que um centroavante com história suficiente para entrar pela porta da frente em qualquer vestiário, "El Pistolero" é um sujeito de bom trânsito e dotado de uma humildade percebida em esforço para se apresentar como mais um e não como o número um.
Sua curta passagem pelo Nacional ficou marcada pelos oito gols em três meses, pelo título uruguaio e pela rápida integração a um grupo de jogadores que o tinha como ídolo. Um gesto ao se despedir do clube ganhou notoriedade. Antes de se apresentar à seleção, ele deixou um presente para cada companheiro no vestiário: um iPhone 14, personalizado com uma capa em que estava gravada uma foto do time campeão nacional.
Antes disso, se repetiram relatos de como sua presença interferia no dia a dia do grupo. O próprio Felipe Carballo estava de saída do Nacional na metade do ano passado. Recém tinha renovado por três anos, depois de empréstimo do Sevilla, mas estava aborrecido pelas críticas vindas da imprensa e a da torcida quanto à falta de protagonismo no grupo. Quando soube da volta de Suárez ao Parque Central, para jogar visando à Copa, avisou seu empresário que encerrasse as negociações com clubes estrangeiros.
Em entrevista concedida à rádio Sport 890, Carballo revelou que o dia a dia de treinos com o centroavante mudou sua forma de entender o jogo e as exigências dele. O foco no treino passou a ser outro, principalmente, pela forma como Suárez encarava o trabalho, "sem se despistar por um minuto".
Outro ponto mencionado pelo meio-campista é que, quando cometia algum erro no treino, vinha do centroavante uma abordagem construtiva, para ajudá-lo a melhorar. Os dois se tornaram grandes parceiros em campo e estreitaram relações fora dele.