Medo, esse foi o meu sentimento depois de comentar França 2x1 Dinamarca. Aqui está uma senhora seleção, que pode, sim, atrapalhar a nossa caminhada rumo ao Hexa. Didier Deschamps conta com uma seleção tão poderosa que conseguiu compensar sem traumas as perdas de Kanté, Pogba e Benzema. Tchouameni, Rabiot e Giroud entraram numa estrutura tão bem alicerçada que se mantém o padrão elevado de jogo.
Deschamps adota uma formação ofensiva, com três zagueiros que alternou nos dois jogos, uma linha de quatro na frente em que o esguio Rabiot, 1m91cm, controla todas as ações. Theo Hernández, o lateral-esquerdo fecha a linha atrás, de quatro, e com a bola sai com desenvoltura. O primeiro gol começa em uma jogada sua, em que Mbappé tabela com ele.
Na frente, há Giroud, um centroavante clássico, daqueles que brigam com os zagueiros, provocam, pivoteiam e estão sempre à espreita na área. O problema, no entanto, está longe de ser ele. Porque há um Dembelé liso e agressivo sempre, um ponteiro à moda antiga. Ele cola a bola no pé e vai negaceando para cima do adversário. Lembra o Neymar de quatro, cinco anos atrás na habilidade.
E há, aqui um capítulo à parte, Mbappé. Ele é craque. Decisivo. Faz o complexo parecer simples. Isso é algo que só conseguem os diferentes, os jogadores de outra turma.
Além disso, ele é mais forte, mais rápido na hora de raciocinar e mais veloz do que os demais. Mbappé está desequilibrante outra vez. Foi assim no 2 a 1 que ele resolveu contra a Dinamarca. Por todo esse contexto, eu saio do comentário do jogo da França com um sentimento: o de medo.