Foi um jogo tão arrastado, mas tão arrastado, que até a confirmação do gol demorou a sair. O Inter jogou mais de 100 minutos para fazer o 1 a 0 no América-MG e escalar a tabela até o terceiro lugar do Brasileirão. O jogo acabou sendo tão longo que começou numa noite com clima de verão e terminou numa com cara de inverno, com vento forte e chuva açoitando os mais de 19 mil colorados que foram ao Beira-Rio.
Esse é o tipo de jogo que cimenta a construção de um grupo e o conecta com a torcida. Porque é um sinal de um time que superou suas limitações e acreditou até o último lance, é um jogo que mexe com a emoção do torcedor e reforça o sentido coletivo. Talvez, o suado 1 a 0 no América tenha trazido bem mais do que três pontos, acrescentando ainda mais eletricidade na conexão entre campo e arquibancada.
O resultado, é claro, se sobrepõe à razão e revolve a emoção do torcedor. São apenas dois pontos e distância do líder Palmeiras, com quem os colorados cruzarão ali na frente, e isso mexe com o imaginário vermelho. Porém, a noite foi de resultado, não de rendimento.
Mano Menezes não encontrou caminhos diante do muro erguido por Vagner Mancini na frente de sua área. Tanto que ele acabou a partida com três zagueiros, mais Avelar, convertido em zagueiro no Corinthians, e Lucas Kal, um zagueiro que virou volante em Minas.
Faltou ao Inter meios para superar essa marcação. Mano trocou meia por meia, centroavante e extrema por extrema. E o Inter seguiu esbarrando nas mesmas dificuldades. Porém, acabou premiado pela sua abnegação, pela insistência e por acreditar.
E, em futebol, perseverar é fundamental. Afinal, mostra que se tem fé no trabalho e, principalmente, em suas virtudes.