O destino será caprichoso com Jean Pyerre. É muito provável que o meia estreie pelo Avaí justamente em sua Porto Alegre, sob os olhos da família, contra o Inter, neste domingo. Há pouco mais de duas semanas no Avaí, está cotado para começar como titular no domingo.
Na segunda, contra o Goiás, foi relacionado e ficou no banco de reservas. Como o Avaí teve jogador expulso antes dos 30 minutos, o plano de lançá-lo no segundo tempo foi abortado. Porém, tudo o que Jean não tem neste momento é pressa. Os últimos quatro meses o ensinaram a ter paciência e mostraram o quanto é importante acalmar coração e mente.
A coluna conversou com Ígor Zveibrucker, responsável pela carreira de Jean. A perspectiva de voltar a jogar, os ares de Florianópolis e a oportunidade no Avaí reenergizaram o meia, garante Ígor. O susto vivido na Turquia funcionou como um choque de realidade.
Ninguém fica igual depois de receber o diagnóstico de um tumor no testículo. Ainda mais quando se tem 23 anos e se faz essa descoberta quando está a um passo de realizar o sonho de jogar fora do Brasil.
O Giresunspor, porém, é passado, assim como as questões médicas. Ficaram as lições e o alerta de que a vida oferece oportunidades. É preciso valorizá-las.
Jean ainda está morando em um hotel em Florianópolis. A mãe, Luciana, está com ele desde os primeiros dias. Deverá seguir por lá assim que ele se mudar para uma casa. O plano do staff do jogador é de que eles se instalem o quanto antes em uma praia do Sul da Ilha, o que facilita o acesso à Ressacada.
A praia do Campeche, onde mora o lateral-esquerdo Cortez, é o endereço preferido. Tudo está sendo cuidado para que Jean retome melhores dias em campo após 2021 conturbado e encerrado antes do tempo. A última partida de Jean foi em 26 de novembro, contra o Bahia.
A estreia em Porto Alegre tem tudo para ser um presente antecipado de aniversário. No sábado seguinte, ele comemorará 24 anos. Jean sabe que esta temporada é decisiva para dar um salto na carreira e buscar um lugar numa das grandes ligas da Europa.
Futebol, já vimos que ele tem para isso. Mostrou em 2019, até sofrer séria lesão muscular no final de setembro daquele ano. Repetiu o alto nível no final de 2020, quando Tostão destinou a ele uma coluna inteira na Folha de S. Paulo.
Porém, nova lesão no começo de 2021, a crise técnica do time e a crise própria dele, em uma espiral de conflitos, fizeram com que sucumbisse. Por todo esse histórico, Jean definiu sua chegada ao Avaí como momento de reconstrução. Ele deve começar, de fato, no domingo, com a estreia pelo Avaí na sua Porto Alegre.