
Foi uma jornada pavorosa do Inter em Erechim. Mesmo dando os descontos de que se trata apenas do quarto jogo de uma temporada que, no sábado, completou 10 dias. Mesmo se tratando de um começo de Gauchão que é usado como campo de provas por Cacique Medina. Mesmo, ainda, se tratando de um novo conceito de jogo ainda em fase inicial de implementação. Contabilizados todos esses descontos, ainda assim foi uma atuação para se arquivar e tê-la sempre como lembrança para que nunca mais se repita.
Medina tem usado o Gauchão para fazer observações. Testa jogadores, testa posições e variações. Também aproveita para analisar com seus próprios olhos quem pode se encaixar no modelo de jogo que tenta implantar e quem precisa buscar novos ares. As conclusões tiradas desses jogos, no entanto, precisam ser colocadas em prática rapidamente.
Se o clube já detectou, por exemplo, que precisa de volantes com mais dinâmica e verticalidade, é necessário que se encaminhe, por exemplo, o futuro de Rodrigo Dourado. Porém, para que essa situação seja definida, Medina tem de receber peças de reposição. Gabriel, do Corinthians, e Bruno Gomes, do Vasco, estão bem encaminhados. Há um consenso no Beira-Rio de que a mudança na forma de jogar passa, necessariamente, pela troca de quem joga na frente da área e tem nos pés o tráfego do jogo.
Ainda levará tempo para que o Inter de Medina realmente dê as caras. Porém, esse tempo não pode ser tão longo. No começo de março, há a Copa do Brasil e a reta final do Estadual. Medina está mostrando, no campo, que faltam ainda peças para preencher o esqueleto do Inter que pretende montar.
A ideia e o sistema adotados estão claros. Alguns movimentos em campo já começam a ser feitos. Outros ainda estão pendentes de uma reconfiguração a ser feita na cabeça de jogadores que passaram boa parte dos últimos quatro anos correndo para trás e, agora, precisam correr na mão contrária. Isso exige trabalho. Mas ele fica mais leve com o maior número possível de jogadores capacitados para isso. São eles que levarão o restante para o novo caminho.
Algoz do Inter fez parte da geração Jean Pyerre
O algoz do Inter em Erechim é mais um daqueles casos de jogadores que passam pela base da Dupla e, por não estarem prontos para dar o salto, ganham o mundo sem passar pelo grupo principal. Erick, 24 anos, veio do Pelotas para o Grêmio antes dos 16 anos. Fez parte, no sub-20, de um time que tinha Phelipe Megiolaro, Guilherme Guedes, Patrick, Darlan, Isaque e Jean Pyerre. a semifinal do Estadual Sub-20 de 2017, por exemplo, seu reserva era Matheus Babi.
Depois do Grêmio, ele voltou ao Pelotas e rodou pelo Interior. Teve uma passagem ainda pela segunda divisão da Dinamarca e estava no Nova Mutum, campeão do Mato Grosso, quando voltou ao Estado para jogar pelo Ypiranga. Foi reserva em 2021 e, agora, é destaque do time.