Parceira do Beira-Rio na gestão de espaços do estádio, a Brio planeja seu 2022 ainda sob a nuvem da incerteza criada pela pandemia. Há reservas para dois shows de estádio inteiro, há um processo de digitalização que facilitará a experiência do torcedor e há um plano de, enfim, fazer do estádio um ponto de encontro sete dias por semana.
A ponte para isso é conectar o Beira-Rio ao novo trecho da orla, fazendo do Sunset um ponto de encontro de quem frequenta o espaço na beira do rio que virou a menina dos olhos dos porto-alegrenses. Para tentar entender esse movimento, a coluna foi conversar com Paulo Pinheiro, CEO da Brio. Confira.
Como a Brio trabalha esse começo de 2022? Com liberação total de público?
Neste exato momento, fazendo o planejamento e orçamento para 2022, com alguns cenários. É muito difícil fazer previsões. Estamos desde outubro com a liberação de torcedores, mas percebemos que, mesmo com ela, o público não está vindo com aquela vontade que imaginávamos. Há ainda todas essas restrições da pandemia, agora veio a nova cepa. Olhando toda a situação, não será um ano quem que tudo se resolverá ou será resgatado. Por um motivo: as pessoas mudaram seus hábitos e decisões financeiras. Isso afeta a nossa exploração dos negócios no Beira-Rio, que precisa de gente, de público, seja no futebol, em eventos ou no varejo. Esse comportamento de compra que o varejo vem adotando, com a aceleração das compras online, também está conosco. Aprimoramos processos para apressar nossa digitalização.
Há algum sinal sobre redução de público?
Até agora, se mantém o público em 100%, não se tem notícia de recuo. Os calendários do ano já começam a sair. Vamos trabalhar com um ano de outra característica, por ser ano de Copa do Mundo. Todas as competições terminarão em novembro. É importante levar em conta esse aspecto. Tivemos acúmulo de jogos a partir do pós-quarentena e, neste ano, tivemos aquele acumulo de jogos pós-quarentena. Agora, em 2022, por outro fator, teremos um calendário diferente.
De que forma se digitaliza a vida do torcedor no estádio?
É a tal da jornada do cliente que o pessoal fala muito em varejo e comércio, tem de olhar o passo a passo que torcedor cumpre para ingressar no estádio, transformamos em mais digital possível. Estamos procurando a vida do torcedor para adquirir o ingresso e usufruir da experiência no jogo. Perseguimos essa facilitação da vida das pessoas.
O que é fundamental, diante do cenário de limitação econômica e de oferta de conteúdos na palma da mão do torcedor.
Sim, temos esse cenário de limitação financeira, muitas empresas e pessoas estão se recuperando. O torcedor faz escolhas. Quando tem de pensar em entretenimento, em competir com outros entretenimentos, tenho que transformar a experiência em algo muito melhor do que ficar no conforto em casa. Ir ao estádio tem de ser algo fácil ao torcedor.
Que novidades o torcedor terá no Beira-Rio em 2022?
Trabalhamos forte para que o Sunset seja ainda mais um lugar de encontro. Efetivamente, estamos prontos para usá-lo também em outros dias que não sejam os de futebol. Estamos construindo a viabilidade disso, ainda mais no pós-pandemia. O plano é fazer do Sunset o ponto de encontro de várias tribos, do pessoal do futebol, do pessoal da orla, com efetiva realização de eventos, pocket shows. O local tem esse perfil. Quero inserir o Beira-Rio na atmosfera da nova orla. Nos dias de jogos, ele já está construído.
Há reservas de shows para o Beira-Rio em 2022?
Hoje, as produtoras estão indo só na certa, arriscando menos. Temos dois shows pré-reservados, de estádio inteiro. Preciso dos calendários do futebol para avançar. Mas sempre lembrando que há uma incerteza muito grande (por causa da pandemia).
O quanto afeta os negócios no estádio a perda da vaga na Libertadores?
Impacta de certa forma. Mas a Sul-Americana é uma competição internacional, importante também. É muito legal que o clube esteja dando esse peso a essa competição. Percebe-se isso pelas palavras do presidente Alessandro Barcellos. Certamente, refletirá no ânimo do torcedor.
Há negociações conduzidas pelo Inter no complexo Beira-Rio como modernização do Gigantinho e as tramitações para liberação da construção das torres. O que isso impacta na Brio, que tem suas lojas e seus espaços para locação?
Tudo tem dois lados. O que acontece no Complexo Beira-Rio fortalece a área como polo de entretenimento, esporte, comércio. Tudo interessa. Tenho negócios que sofrerão consequências positivas. Pode ter negativas também? Pode, mas dificilmente virão. Aí, vale sentar-se com o Inter e a operadora do Gigantinho, por exemplo, para construir um trabalho conjunto, em que todos ganhem. O Gigantinho é um produto maravilhoso que a Região Sul do país ganhará. A Brio quer estar junto, participar, contribuir. Ela é parceira do clube.