Os primeiros esboços do Inter de Cacique Medina começaram a aparecer. No fim de semana, o técnico teria feito um trabalho mais coletivo e com uma ideia de equipe. Ainda sem os reforços, como Liziero, Wesley Moraes e David (esse só chegou segunda-feira) e com alguns jogadores em recuperação, como Mercado. Ou seja, foi apenas um ponto de partida para observações.
Medina corre contra o tempo para plantar no CT do Parque Gigante a semente da ideia de jogo que pretende implantar. O sistema usado no trabalho foi o mesmo que era sua marca no Talleres, o 4-2-3-1. O pedido de movimentação e de um jogo mais rápido chamou a atenção de quem acompanhou. Assim como o pedido para que Taison encostasse sempre no atacante mais adiantado, nesse caso, Yuri Alberto.
É aqui nesse ponto que quero entrar. Yuri Alberto é um atacante de primeira linha. Ninguém duvida de que, logo ali adiante, em agosto, estará na primeira linha da Europa. Mas não descarto que ele possa, com Medina, deixar de ser o jogador de referência na frente e virar um segundo atacante na fase ofensiva, casando-se com Wesley Moraes. Isso, é claro, partindo do pressuposto de que Wesley comece sua fase brasileira em alto nível e já sem o déficit causado pela cirurgia no joelho.
Antes de tudo, é preciso ressaltar aqui que Yuri não será jogador do corredor, um extrema que cumpra 100 metros para fechar e atacar pelo lado. Nada disso. O que as características dele e do centroavante trazido do Aston Villa oferecem a Medina é uma dobradinha em que um pode completar o outro. O técnico uruguaio gosta de usar como jogador mais adiantado um centroavante alto, que faça o pivô e lute pela bola que viajará de trás. Sempre é bom frisar que sua ideia passa por um jogo mais direto do que de toques para chegar à frente.
Com Wesley "pivoteando", como se diz no jargão tático, se abrirá um espaço para a infiltração de atacantes que estejam próximos. Yuri tem como características justamente atacar o espaço, entrar em velocidade para arrematar. O mesmo vale para Taison, que no treino do fim de semana ouviu reiterados pedidos para que se mantivesse próximo do centroavante. Na fase defensiva, em que o time se fecha em um 4-4-2, é claro que Yuri poderia fechar o lado e recompor. Mas sem a necessidade de fazer o corredor inteiro, já que Edenilson e Mercado devem estar por ali.
O Inter, é público, busca mais um extrema. O uruguaio Brian Rodriguez, do Los Angeles FC, está próximo. Porém, numa construção de time nada pode ser descartado. Aliás, a busca é por peças que se complementem. Por isso, alternativa de Yuri e Wesley existe. Nem que seja para momentos específicos.