No final das contas, o empate até saiu melhor do que a encomenda em Fortaleza. O Inter segurou o 0 a 0 em uma noite em que teve um primeiro tempo competitivo e um segundo de sobrevivência, no qual Daniel e o uruguaio Bruno Méndez foram os grandes personagens. O que só evidencia o quanto foram sofridos os 45 minutos finais contra o Ceará.
A partida subsidiou ainda mais o debate que se estabeleceu desde sábado, quando Diego Aguirre optou por fazer apenas uma troca contra o Atlético-MG e apostou em um time titular desgastado. Ficou claro no Ceará que as reposições estão ainda abaixo e oferecem alternativas restritas. O que só se agravou quando Aguirre precisou lançar mão não das segundas opções, mas das terceiras, pelas ausências de titulares como Taison e Edenilson.
Caio Vidal e Mauricio, os eleitos para jogar em Fortaleza, mostraram que ainda precisam evoluir e amadurecer um bocado. Principalmente, Caio, que necessita, urgentemente, melhorar as tomadas de posição. Tem velocidade, tem energia e uma disciplina comovente, mas falta-lhe o acabamento. Maurício tem virtudes, mas a função de meia central requer um pouco mais de maturação e poder de definição.
Para completar, Aguirre ainda teve de apostar em Mercado como zagueiro pela esquerda, na vaga de Cuesta. Não é uma função estranha para ele, que jogou por ali com Sampaoli no Sevilla. Mas é nítido que Mercado está sem embocadura. Em resumo, mesmo que Aguirre tenha mudado e feito substituições no Castelão, faltam ao Inter um pouco mais de ferramentas. Ainda mais agora, em que o calendário apertará com jogos quarta e domingo e pedirá aos times que usem seus recursos do banco.