Nos últimos dias, o torcedor viu desembarcar no Beira-Rio nomes que estavam fora da prateleira a qual estavam acostumados. Kaique Rocha e Gustavo Maia saíram do Brasil antes mesmo que a gente os visse jogar. Agora, voltam para tentar mostrar no Inter o futebol que os fez chegar ainda adolescentes à Europa.
Antes deles, haviam chegado Paulo Victor e Bruno Méndez, esse o mais conhecido, pelas aparições no Corinthians. Se recuarmos no tempo, podemos incluir nessa lista também Carlos Palacios, buscado no Unión Española e chamado pelos chilenos de "joyita". Há pontos em comum nessas contratações todas: são jovens, com idades entre 20 e 22 anos, e estavam fora da órbita principal no mercado. Ou seja, foram garimpados, o que mostra a colocação em prática de um discurso pregado pela nova gestão, de se amparar na ciência de dados para buscar contratações.
À exceção de Bruno Méndez, que chegou com rodagem de Corinthians e até seleção uruguaia, os demais garotos são apostas de médio prazo. O que o Inter está fazendo agora é começar a montagem do time de 2022 e a base para 2023.
O sucesso deles pode pavimentar o caminho para, quem sabe, o restante da década. A fórmula é simples: compra barato agora, finaliza a formação aqui, desfruta do ganho técnico e, mais à frente, vende com boa margem de lucro.
O caso de Paulo Victor é emblemático. O Inter pagou R$ 6 milhões por 50% dos direitos. Projeta lá na frente uma transação que permita recuperar esse valor e forrar o caixa com a diferença. Depois da partida contra o Flamengo, Aguirre ficou tão impressionado com a atuação do lateral que previu à direção: o Inter terá lateral-esquerdo por alguns anos. Não será surpresa, aliás, se o guri desbancar Moisés neste returno do Brasileirão.