Nesta segunda-feira (19), foi comemorado o Dia do Futebol Brasileiro. Para registro, a data, definida há 45 anos, foi uma homenagem ao aniversário do Sport Club Rio Grande, fundado lá em 1900, em um 19 de julho. Neste 2021, ainda revolto pela pandemia, é bem possível que esse dia vire a Semana do Futebol Brasileiro. Não custa sonhar. Isso porque, na quinta-feira (22), os 40 clubes das Séries A e B voltam a se reunir para tratar da criação de uma liga. E isso, meus amigos, tem tudo para ser a luz que tirará o nosso futebol dos dias sombrios que vive.
Na última reunião, os clubes saíram com a pauta de, em 90 dias, ter estatuto pronto, presidente e diretores definidos. No último encontro, no final de junho, uma comissão de trabalho foi montada. Passado quase um mês, será o momento de analisar o que já foi produzido e debater o estatuto. Segundo um dirigente, ele será extremamente minucioso e detalhado, para evitar brechas que permitam desvios da ideia básica, que é tomar decisões em bloco.
Há um otimismo entre os clubes das Séries A e B em relação à criação da liga. As posições individuais, que rompiam com qualquer chance de unidade, parecem ter sido solapadas pela pandemia e a crise econômica vinda a reboque. Demorou, mas os clubes perceberam estar todos no mesmo barco. Assim, passaram a pensar o futebol como uma indústria e não como uma reunião de time inscritos no mesmo campeonato.
Somente com essa visão ampla do negócio futebol é que poderemos avançar, enxergar o Brasileirão não apenas como um campeonato. Isso é só sua raiz. É urgente prepará-lo para fidelizar o torcedor de hoje e conquistar o de amanhã, que cresce em um mundo digital cujas ofertas de lazer são variadas, ricas e estão ao alcance de um clique. Só a paixão é insuficiente para cativá-lo. Até porque ela está numa única tela, e estamos falando de uma geração que usa duas, até três, ao mesmo tempo.
Portanto, que a liga floresça e faça com que os clubes cresçam e consigam tornar o Brasileirão um produto capaz de convencer o torcedor de que vale a pena parar para assisti-lo, mesmo que o cardápio à disposição tenha Disney, Netflix, NFL, NBA, Premier League, CR&, Messi e por aí vai.