O Inter reprisou, em 90 minutos contra o Palmeiras, a montanha russa que marca a sua temporada. Começou vacilante, recuperou-se e esteve perto da vitória, mas voltou a repetir-se nos erros e perdeu mais uma vez dentro do Beira-Rio.
Levou o 2 a 1 do Palmeiras com um jogador a mais e em um inexplicável contra-ataque. O saldo disso foi a sétima partida seguida sem ganhar no Beira-Rio, o que reflete a temporada cinzenta. Afinal, uma das marcas do Inter foi de sempre ser forte e predominante em casa.
É verdade que houve um confronto esgrimado com o Palmeiras, um time de qualidade técnica e alto nível de competitividade. Só que, mesmo empenhado, o Inter ainda está distante desse nível. Outra vez, os adversários cabecearam na área colorada.
O primeiro gol tem na origem um escanteio. Rodrigo Dourado até tirou a bola, mas para a quina da área, onde havia jogador do Palmeiras livre para recolocá-la na área e proporcionar o desvio de Deyverson. Outra vez apareceu, também, a instabilidade emocional do time. Levou algum tempo até que voltasse ao jogo e controlasse as ações.
Aguirre, em seu terceiro jogo, mostrou mais uma de suas facetas. O time vai mudando conforme o adversário — como fazia Miguel Ramírez, aliás. E não errou o uruguaio. Contra um Palmeiras robusto no meio-campo e de transição rápida, adotou um tripé, com Dourado, Edenilson e Johnny.
Nos flancos, Caio Vidal e Patrick atuavam como ponteiros. Assim, o Inter montava linha de cinco na fase ofensiva e empurrava o Palmeiras contra o seu gol. Terminou o primeiro tempo em cima, com Caio Vidal levando vantagem. Uma prova de que a ideia de Aguirre estava correta.
O volume de jogo do Inter fez com que Abel Ferreira mudasse o sistema. Ele voltou do intervalo com o lateral-esquerdo Victor Luiz no lugar de Breno Lopes e montou uma linha de cinco na defesa. Reforçou-se atrás e esperou o contra-ataque.
Porém, o pênalti com expulsão do zagueiro Kuscevic dissolveu seu plano de jogo. O Inter empatou e dominou. Perdeu gols e esteve próximo da virada. Só que se repetiu em erros antigos, como a falta de marcação e a concessão de espaços para o adversário sair em contra-ataques. Foram três falhas dessas.
Na terceira, o Palmeiras fez o 2 a 1 e mostrou que, embora o engajamento dos jogadores às ideias de Aguirre e a mudança na forma de jogar, há um longo caminho pela frente. Mais longo do que se imaginava.