Se faltava um batismo para esse clássico que encontrou a Dupla em um pântano, agora não falta mais. O Gre-Nal 433 ficará para os arquivos como o do Chapecó. Foi o goleiro do Grêmio que definiu o rumo do jogo.
Foi o guri de 21 anos, quinto na fila na Arena até março, o responsável por evitar que a espiral negativa em azul ganhasse mais alguns metros. Só por causa dele o jogo acabou em 0 a 0. Não que o momento dos dois times recomendasse algo além disso.
Mas, nesse campeonato dentro do Brasileirão que é o Gre-Nal, o Inter foi bem melhor, esteve sempre mais perto da vitória e, pode-se dizer, deixou dois pontos na Arena. Perdeu uma grande chance de quebrar uma série de sete anos sem ganhar dentro da casa do rival e, de lambuja, respirar melhor na tabela.
Se Felipão ainda tinha alguma dúvida de que teria trabalho pela frente, elas evaporaram nesta tarde de inverno com cara de primavera. Pode-se dizer que, mesmo sem treinar, houve a mão do novo técnico no time. O Grêmio usou muito de ligação direta e tentou transições rápidas.
Além disso, voltou ao 4-2-3-1 e usou como dois volantes os guris, Bobsin e Fernando Henrique, a novidade do clássico e que mostrou o quanto demorou sua ascensão. Porém, no todo, o rendimento mudou pouco. E o sinal disso está na tabela, com três pontos em 27 e uma batalha à vista para escapar do rebaixamento, o que precisa ser feito o quanto antes.
No lado do Inter, ficou a amostragem de que, com o time completo, Aguirre recebeu um rendimento mais seguro. Taison, como meia por dentro, organiza o time. É verdade que ocupa o espaço que era dominado por Edenilson, mas sua velocidade e seu jogo objetivo trazem uma faceta mais vertical.
Bruno Méndez, ao lado de Cuesta, deu estabilidade à zaga. O rendimento, em relação aos últimos jogos, cresceu de forma superlativa, embora isso signifique pouco e mostre o quanto o Gre-Nal pode ser enganoso. Mas foi um passo enorme para resgatar a confiança.