O Inter desceu dos gabinetes para dar sustentação ao trabalho de Miguel Ángel Ramírez. Há um diagnóstico de que se criou uma fenda entre o que pensa o técnico e o que executam os jogadores — ou uma parte deles. A direção mostrou, mais uma vez, respaldo ao espanhol e enviou ao vestiário a mensagem de que bancará o projeto de ruptura na forma de jogar na busca por um futebol propositivo.
Há um desalinho que o Inter precisa corrigir com urgência. Ou o preço será alto. No campo, com o decréscimo de rendimento, e fora dele, com um projeto de ruptura na forma de jogar tendo de ser revisado com apenas 90 dias. Uma queda na Copa do Brasil na quinta-feira (10) transformará as fissuras atuais no trabalho de Ramírez em abalo severo nas estruturas e risco iminente de queda.
Por isso, o presidente Alessandro Barcellos desceu até o vestiário. Há uma mobilização dos dirigentes para reaglutinar as forças entre jogadores e comissão técnica e fazê-las com que corram na mesma direção.
Há um consenso na direção de que é preciso chegar inteiro a julho. O mês ganhou feições de portal no Beira-Rio devido à abertura da janela nas principais ligas da Europa no dia 1º. Será com a venda de um ou dois jovens jogadores que o clube se capitalizará e poderá fazer as intervenções no grupo e trazer reforços que se encaixam na ideia de jogo do técnico. Os nomes pretendidos já estão mapeados, o que falta é o dinheiro para buscá-los. Vale o mesmo para saídas. Algumas delas requerem que o clube tenha recursos.
Possibilidades de negócios
Há também a expectativa de que propostas por alguns jogadores mais rodados possam chegar. Edenilson e Paolo Guerrero, por exemplo, são dois nomes pelos quais, em todas as janelas, o clube recebe consultas. Em março, o Atlético-MG abordou o Inter de forma efetiva pelo meio-campista. Os valores eram adequados, mas houve o receio de não encontrar um substituto a altura no mercado.
Porém, a queda de rendimento de Edenilson e a dificuldade em deslanchar com Ramírez fazem dele uma moeda de negócio. O mesmo vale para o peruano, um dos maiores salários do clube e com contrato até o final do ano. Hoje, Guerrero é a terceira alternativa de ataque. Caso surja uma possibilidade de transferi-lo, será analisada com carinho.
Há ainda perspectivas de negociações de jogadores que, hoje, estão em uma segunda prateleira do grupo. Rodrigo Lindoso já esteve nos planos de Cruzeiro e Santos. Danilo Fernandes, que volta de lesão, é outro que terá o futuro analisado. Daniel e Lomba estariam à frente dele.
Tudo isso, no entanto, está pendurado até julho, quando a janela na Europa se abrir e o dinheiro chegar aqui. Aí será possível fazer com quem essa máquina de reconfiguração funcione. Porém, o básico para isso é atravessar junho. E isso começa na quinta-feira, contra o Vitória.