O Inter traçou um caminho para buscar seu novo técnico. Ele será um profissional com ideias de futebol propositivo, em que o time seja agressivo com a bola e intenso sem ela. Há uma linha montada e com nomes que a pontuam. Os extremos seriam o português Marco Silva na ponta de cima, e o gaúcho Lisca na ponta de baixo, quase fora da órbita.
No meio está o uruguaio Diego Aguirre, que seria um estrangeiro já calejado no futebol brasileiro e acostumado com suas particularidades depois de passagens por Inter, Atlético-MG e São Paulo.
Há quem defenda no Beira-Rio, com unhas e dentes, a contratação de Marco Silva. Aos 43 anos, o português é um dos expoentes da nova geração de treinadores do país e traz no currículo passagem em três temporadas por três clubes da Premier League. O último deles, o Everton, com o qual fez a melhor do lado azul de Liverpool, com o oitavo lugar. O português quer trabalhar no Brasil. O sucesso de Jorge Jesus e de Abel Ferreira fez do Brasil um mercado promissor aos lusitanos.
Silva foi consultado pelo Inter sobre assumir o cargo e teria dado sinal positivo. O preço da comissão técnica inteira, ele e mais três profissionais, seria de R$ 750 mil mensais. Silva quase veio para o Brasil quando Jesus parou no Flamengo. Cativa-o a ideia de vir. Só que o clube gaúcho não seria o único interessado. O Fenerbahçe, da Turquia, também quer contratá-lo.
A primeira proposta foi recusada pelo português. O valor subiu e ficou mais perto do que ele pretende. Os turcos definirão seu técnico para 2021/2022 até quinta-feira (17). Silva topa o desafio turco, mas as dificuldades no mercado local, com o mês durando, por vezes, 60 e até 90 dias, o preocupam. Há nestas 72 horas uma brecha para o Inter tirá-lo do caminho de Istambul e trazê-lo para o Beira-Rio.
Aguirre tem a seu favor o fato de já conhecer a fundo o Inter e a mecânica do futebol brasileiro, movida por um calendário apertado, sem tempo para treinar e tendo de gerir vestiário cheio de melindres dos jogadores. Isso é levado em conta depois dos problemas que Miguel Ángel Ramírez teve ao tentar implantar uma cartilha mais rígida.
A ressalva que se faz à vinda do uruguaio é quanto à preparação física. Ele segue trabalhando com Fernando Pinãtares, que foi seu preparador em 2015 no Inter e quem levou junto para São Paulo, Atlético-MG e Al Rayyan, seu último clube, do qual pediu demissão em novembro.