Aos 40 anos, a grande maioria dos técnicos está iniciando sua trajetória. Luis Zubeldía, aos 40 anos, completados em janeiro, é um veterano. O rival do Grêmio nesta noite de Copa Sul-Americana já está na estrada há 13 anos.
Começou lá mesmo no Lanús, aos 27, sendo o técnico mais jovem a comandar um time da primeira divisão argentina. Rodou depois pelo Racing, foi para o Equador treinar o Barcelona, de Guayaquil, e LDU, esteve no Santos Laguna, do México, e de lá, partiu para a Colômbia, onde assumiu o Independiente Medellín. Ao final de uma temporada, deu seu voo mais alto, e também mais curto. Assumiu o Alavés para a temporada 2017 e, quatro jogos depois, foi demitido.
Chegou à Espanha como o técnico mais jovem da La Liga e ainda teve tempo de enfrentar o Barcelona, de Messi. A última parada antes de voltar para sua casa, o Lanús, foi no Cerro Porteño. Ou seja, em oito anos foram cinco países e sete clubes na bagagem entre a primeira e a segunda passagens por La Fortaleza.
Ao retornar, em setembro de 2018, Zubeldia encontrou um Lanús desorientado. A perda da Libertadores para o Grêmio desmanchou o time e convicções. Havia cinco meses o time não vencia na Superliga Argentina. Muitos questionaram sua decisão. Mas ele explicou que, "quando alguém da família precisa de ajuda", não há como negar. A relação de Zubeldía com o presidente Nicolás Russo é essa mesmo, de pai e filho.
Meia promissor, Zubeldia foi figura das seleções sub-17 e 20 da Argentina. Era companheiro de Cambiasso, Franco Constanzo e Gabriel Milito. Estava no time derrotado pelo Brasil de Ronaldinho, Gavião, Rincón e Fábio Pinto no Mundial do Egito. Porém, uma lesão no joelho sofrida aos 20 anos foi o começo do fim. Foram quatro anos de luta contra as dores. Até que, aos 24 anos, decidiu encerrar a carreira. Foi estudar jornalismo esportivo para ver o futebol por outro ângulo. Neste momento, Russo o chamou e traçou um plano: ele seria técnico na base e assistente no profissional. Em três anos, assumiria o time principal. Assim aconteceu. Isso explica por que Zubeldía, aos 40 anos, é um veterano.
Os Zubeldías
O Mário Marcos de Souza, grande jornalista e que, por muito tempo, deu brilho a esse espaço, me escreve perguntando se Luís Zubeldía tem algum parentesco com o histórico Osvaldo Zubeldía, técnico que levou o Estudiantes de La Plata a cinco títulos internacionais no final dos anos 1960. Quando chegou ao Equador, o próprio Luís tratou de tirar essa dúvida: a única relação entre eles é de carregar o mesmo sobrenome. "Tomara que eu ganhe os 20% de suas conquistas", brincou o Zubeldía moderno. Osvaldo morreu em 1982, aos 54 anos. Mas seu legado segue, principalmente, no Estudiantes.