Marcos Herrmann terá um desafio gigante no futebol do Grêmio. Nunca será simples assumir um clube que acaba de finalizar um ciclo vitorioso. Nesse caso, há ainda o tempero de que nesse período dourado o comando do vestiário esteve nas mãos de um dos maiores ídolos da história gremista.
Caberá a Herrmann capitanear essa reconstrução do time e de um grupo rejuvenescido, com um novo técnico (Tiago Nunes) e novos conceitos de futebol. Também estará nas mãos dele a reestruturação de um departamento que, nos últimos quatro anos e meio, teve sustentação em Renato. Pela representatividade, pelos resultados e por seu perfil, o técnico acabou abrangendo seu comando e virando espécie de manager. As conquistas mostram que esse modelo funcionou em um primeiro momento.
Os resultados dos dois últimos anos, porém, deixaram claro que esse modelo estava com prazo de validade vencido. Herrmann terá a missão de atualizar a gestão do futebol gremista, de torná-lo mais científico e menos intuitivo. Isso se faz com processos novos e lideranças novas. Só que criá-las requer tempo e, principalmente, paciência do torcedor. É como se o Grêmio, em 20 de abril, estivesse começando o ano.
Não parte do zero, e isso é uma vantagem, assim como é uma vantagem contar com um clube equilibrado e organizado em suas finanças. Isso ajuda a tornar menos espinhosa uma missão que, preparem-se, exige tempo de maratona. Como, aliás, são todas no futebol – e isso é o mais difícil de fazer o torcedor e os críticos entenderem.