O Grêmio jogou bem menos do que deveria e, por isso, precisará de uma jornada histórica em São Paulo no próximo domingo. Perdeu por 1 a 0, e o saldo final da partida é que poderia ter sido maior. Só não foi por falta de precisão do Palmeiras, que teve duas vezes a chance de ampliar e perdeu.
Aliás, essas duas oportunidades orquestradas por Raphael Veiga evidenciam o quanto os paulistas foram melhores em campo até ficarem com um jogador a menos, com a expulsão de Luan, aos 19 minutos do segundo tempo. Só a partir daí, com volume e trocando jogadores de meio-campo e defesa por jogadores ofensivos, é que teve controle das ações e pressionou. Mas nada de forma organizada. Foi na base da transpiração e da bola cruzada para a área, onde estavam duas torres, os Diegos, Souza e Churín.
O fato é que o Grêmio, mesmo concentrado e com Maicon carteando o jogo, foi mais do mesmo. Manteve a média de sua temporada opaca. Jean Pyerre esteve discreto, Pepê é um espectro daquele jogador aceso e vertidas primeiras semanas pós-Cebolinha. Diogo Barbosa até tentou, mas teve pelo seu lado Rony, sempre insinuante.
Com uma marcação firme a compacto, o Palmeiras controlou e foi sempre perigoso até a expulsão de Luan. Mostrou que, sim, jogador a jogador, é melhor. E também mostrou que a reunião desses jogadores, ordenados por uma ideia coletiva, é melhor.
O Grêmio cometeu erros e voltou a se repetir. Em 2019, Jorge Jesus desmontou a marcação individual da bola aérea gremista na goleada da semifinal da Libertadores. Neste domingo, coube a outro português desmanchá-la. Gustavo Gómez se favoreceu do movimento de Felipe Melo, Luan e Zé Rafael e entrou livre para fazer o gol de cabeça. Nem saltou.
Aqui, vale o registro. A bola não era para a saída de Paulo Victor, o eleito de luvas de Renato. Foi em cima dele, mas com velocidade de quem nem precisou saltar para cabecear. Esse foi só um da lista de equívocos gremistas. A demora na inclusão de Ferreira pode ser considerado outro. Foram com ele as principais jogadas de ataque e as poucas vitórias individuais azuis.
Ferreira já mostrou em outras situações que rende mais quando entra no decorrer das partidas. Mas, depois do que fez com Viña na Arena e do que Pepê não vem fazendo, talvez seja o momento de arriscar com ele. Não restam muitas saídas para o Grêmio. A prova disso é que o Palmeiras não ter liquidado a decisão na Arena foi algo a ser saudado.