Marcos Guilherme foi titular de Abel Braga nos seus dois primeiros jogos na volta ao Inter, as derrotas para o América-MG, por 1 a 0, e para o Santos, por 2 a 0. Depois, perdeu espaço e virou um reserva efetivo a partir da ascensão de Caio Vidal, que apareceu no quarto jogo da Era Abel, a derrota de 2 a 1 para o Fluminense.
Aos poucos, no entanto, o técnico foi resgatando Marcos Guilherme, ou o "Marquinhos", como ele o chama. O ingresso no Gre-Nal, no segundo tempo, o recolocou na ordem do dia. O gol de pênalti de Edenilson tem na origem uma cobrança de falta sofrida por Marcos Guilherme, ao driblar Victor Ferraz em alta velocidade.
A sua entrada contra o Bragantino, no lugar de Caio Vidal, em um momento delicado do jogo, portanto, esteve longe de ser surpresa. Abel nunca escondeu a admiração por Marcos Guilherme. Assim como também sempre deixou clara a preferência por jogadores mais cascudos em seus times. Como o momento exige tarimba e alguma rodagem para encarar as cinco finais até o tetra, a cotação do "Marquinhos" cresce no Beira-Rio.
Essa função pelo lado direito na segunda linha de quatro do 4-1-4-1 montado por Abel exige pouco refino e muita transpiração. Trata-se de um ponto de equilíbrio do time e, por isso, se valoriza mais a participação tática do que a entrega técnica. Se o jogador marcar com vigor, fechar os espaços no setor e tiver a humildade de ser um assistente do lateral, ganha uma boa nota e o coração do técnico.
A colaboração ofensiva, com gols, como fez Caio Vidal, ou simplesmente por criar embaraços, como fez Marcos Guilherme, já vale a estrelinha na nota. Por tudo isso, não se surpreenda se Marquinhos aparecer no time titular contra o Athletico-PR, em um estádio que, por muito tempo, foi sua casa. Aliás, esse é mais um ponto que conta a favor dele.