Há uma chance para o Inter na Bombonera. E ela passa, necessariamente, por fazer uma marcação severa e transpirar tanto quanto o Boca. Parece contraditório, até porque é preciso vencer o jogo para avançar. Mas é por ali que passa a estratégia para voltar de Buenos Aires classificado. Mesmo que necessite fazer gol, o Inter precisa ser cauteloso. Não pode querer propor o jogo e atacar esse Boca como se estivesse no Beira-Rio. Se fizer isso, meus amigos, temo que a passagem pela Libertadores termine antes mesmo do intervalo.
Abel Braga e seu fiel escudeiro Leomir descobriram no jogo de ida o caminho para fazer um enfrentamento com os argentinos. Quando fecharam os lados do campo e bloquearam a passagem, principalmente, do lateral-esquerdo Fabra, houve jogo e troca de golpes. Lembrem-se que, antes de Tevez fazer 1 a 0, Lindoso perdeu gol na pequena área.
Não vá o torcedor se desesperar se ver um Inter com um meio-campo encorpado por Dourado e Lindoso na frente da área e com Edenilson e Patrick pelos flancos. Com isso, Abel teria as laterais fechadas e o meio recheado. Por ali, aliás, está uma jogada forte do Boca, com Capaldo infiltrando _ é bem verdade que ele tem falhado no arremate, mas é uma arma de Miguel Russo. Há também de vigiar Toto Sálvio, meia aberto na direita, e Cardona, organizador e um dos responsáveis por acionar Tevez.
A noite portenha do Inter precisará começar por essa prudência. Ela é o primeiro passo, o que antecede a segunda parte do jogo, a do gol. Com Thiago Galhardo e o elétrico Yuri Alberto, pode-se apostar que há qualidade de sobra para desequilibrar em um lance individual. Ou naquela escapada em um vacilo do Boca. Que pouco acontece na Bombonera. Por isso, a necessidade de se fazer um jogo estratégico.