O protesto do Grêmio precisa ser também dos outros 19 clubes da Série A. O Brasileirão entrou em um terreno perigoso depois dos erros cometidos antes e durante o 0 a 0 com o São Paulo. É preciso que um movimento coletivo seja feito para que o Brasileirão, depois de tanto esforço coletivo para que seja disputado em meio à pandemia, não ganhe em suas próximas 32 rodadas a sombra da desconfiança. Sou um crédulo e ainda alimento a esperança de que os dirigentes dos nossos clubes sairão dos seus quadrados e pensarão de uma forma conjunta, por um propósito único.
O Grêmio está correto em reclamar e marcar sua posição. Houve erros grosseiros no jogo e, me parece, também descritérios no uso do VAR — o que até foge um pouco do que vinha ocorrendo no uso da tecnologia. Embora veja como um exagero pedir a anulação da partida, o registro da indignação precisa ser feito na CBF. Porém, não pode ficar só nisso.
O jogo de sábado (17) precisa ser um gatilho para que se cobre da CBF mais transparência. Para começar, no uso do VAR. Por que os áudios não podem ser liberados? Por que o torcedor não pode ser informado do que está sendo revisado na imagem? Também pode ser o gatilho para que se discuta a arbitragem de forma mais profunda, de um profissionalismo de árbitros e auxiliares que já passou da hora de ser abordado.
Para fechar, o episódio de sábado, no Morumbi, deve ser uma causa de todos por uma razão simples: o campeonato, embora tenha um só vencedor, é de todos. O interesse é único, de um produto que não pode ser vilipendiado dessa forma.
O Brasileirão é o nosso principal produto, a taça mais pesada. Não pode ser jogado, assim, para a sombra da desconfiança. Ainda mais depois de todo o esforço que se fez, se faz e ainda se fará para ser disputado até fevereiro em um cenário da pandemia.