No sábado (16), o futebol de primeira linha, aquele que nos acostumamos a ver na nossa TV, está de volta com a Bundesliga. Essa é a primeira grande liga a retomar depois da longa quarentena provocada pela pandemia.
É tão importante esse retorno que a Rádio Gaúcha transmitirá Borussia Dortmund x Schalke 04, o clássico do Vale do Ruhr, uma espécie de Gre-Nal da Renânia do Norte-Vestfália. No sábado, a partir das 10h20min, contaremos este jogo que ganhou contornos históricos por tudo que vivemos nestes dias.
Tomara que tenhamos muitos gols para o Marcelo de Bona gritar a pleno com sua voz tonitruante, para o Leonardo Acosta descrever com exatidão, para o Marcos Bertoncello esquadrinhá-lo através dos números que só os plantões são capazes de ter.
Eu estarei nessa também, transmitindo o meu olhar sobre o jogo. Um olhar que, na verdade, irá além dos movimentos em campo. Imagino que a Bundesliga seja o mundo da bola de amanhã. Tudo o que acontecer no Signal Iduna Park, a casa amarela e preta do Borussia, será o que veremos na Itália, na Espanha e na Inglaterra, em junho. E também por aqui, tomara que em julho, no mais tardar em agosto.
Os protocolos dos sempre vigilantes e organizados alemães se replicarão mundo afora. O jogo do sábado, podem ficar certos, só será igual ao que tínhamos até 15 de março no fato de termos 11 contra 11 e um trio e arbitragem.
Cotovelo
A Bundesliga limitou a menos de 300 pessoas o acesso aos estádios. Os reservas sentarão distantes uns dos outros e, é claro, usarão máscaras. O treinador também estará com a boca e o nariz protegidos e só poderá descobri-los na hora de passar orientação. Os protocolos de entrada em campo foram arquivados. Nem o gol escapou. Estão vetadas as comemorações, os abraços e até os apertos de mão. O máximo de entusiasmo que esse maldito coronavírus permitiu foi toque de cotovelo. E para por aí.
A resenha também foi congelada pelo vírus. Nada de conversinha ao final, muito menos troca de camisas, que, mais do que gentileza, é um gesto de respeito ao rival. Os jogadores sairão do campo direto para casa. Nem o banho está liberado. A ordem é chegar em casa fardado e, olhem só, colocar o uniforme na máquina de lavar roupas.
Definitivamente, o futebol, a partir de sábado, será diferente. Pelo menos, o teremos de volta. E isso já é muito nesses dias em que acordamos e dormimos pensando em como mandar para o espaço esse vírus. Enquanto isso, vamos nos acostumando. Até com esse novo futebol. A Bundesliga é o futebol do seu país amanhã.