A Dupla tomou para si a Copa SP. Mas a final histórica em Gre-Nal vai além disso. Mostra que o trabalho de casa está sendo feito com excelência. Com modelos diferentes, é verdade, mas muito bem.
O Grêmio colhe os frutos do longo prazo. Que permitem usar um time na Copa Ipiranga, que conquistou em dezembro, e outro totalmente diferente na Copa SP. Boa parte dos guris que estarão na final de sábado (25), no Pacaembu, são 2001, ou seja, recém completaram 18 anos. Casos dos volantes Gazão e Fernando Henrique, titulares na quarta-feira (22), ou dos campeões mundiais sub-17 Diego Rosa e Pedro Lucas. Elias, seis gols, um deles o do 1 a 0 sobre o Oeste, fez 18 anos no dia 30. Adriel, que é parecido com Dida e baiano como o ídolo, fez 19 agora em janeiro.
Para o Inter, a sexta final de Copa SP tem um valor especial. A categoria de base não passou imune ao furacão de má gestão que derrubou o clube em 2016. O diagnóstico da direção que assumiu na sequência foi de que era preciso recomeçar. Afinal, trabalho de formação só dá frutos com sequência, e ela foi interrompida. A saída foi garimpar talentos já em processo final de formação e agregá-los a guris que já estavam no clube, como Guilherme Pato, que trocou a escolinha de Rubén Paz em Quaraí pelo Beira-Rio com nove anos.
O volante Murilo, o meia Praxedes e o atacante Matheus Monteiro, por exemplo, vieram do Fluminense. O zagueiro Carlos Eduardo veio do Corinthians, em julho. Como se vê, foram caminhos distintos que a Dupla pegou. Felizmente, eles encontraram em São Paulo, em uma final que faz o futuro sorrir.