O Inter sabia que diante do Flamengo precisava fazer um jogo perfeito nos aspectos defensivos para trazer ao Beira-Rio a decisão por vaga na semifinal da Libertadores. Fez isso por 75 minutos. Mas cometeu dois erros e, quando se comete dois erros diante de Bruno Henrique, a conta vem alta.
O 2 a 0 do Flamengo faz do jogo da volta um desafio hercúleo. O amargor da derrota aumenta pelo que era a partida até os 30 minutos do segundo tempo. O Inter marcava com solidez e controlava o Flamengo. Tanto que o Maracanã, com mais de 64 mil flamenguistas, parecia refrigerado, com a torcida gelada. Tudo porque o Inter dava a bola ao Flamengo e a recuperava com naturalidade na frente da sua área.
A segurança era tamanha que Odair Hellmann se deu ao luxo até de mudar numa tentativa de deixar o time mais agudo. Só que veio uma daquelas ironias do futebol. Edenilson, que empreendeu uma luta contra o tempo para jogar, driblou mais do que deveria no ataque e deu contra-ataque para o primeiro gol.
A desvantagem baratinou o Inter. Em três minutos, veio o 2 a 0. Em seguida, Gabigol perdeu terceiro com o gol aberto. O Inter demorou a entender o que havia acontecido. Quando voltou a si, até teve chance de diminuir o estrago e entrar firme na disputa outra vez. Só que caiu no pé de Nico López, que há alguns meses não parece alinhado com a sua cabeça.
Aliás, passou da hora de o Inter investigar a fundo o que há com o uruguaio. No Maracanã, ele tomou decisões erradas e lembrou o jogador desplugado de outros tempos. Não foi a noite de Nico, uma noite que era do Inter até os 15 minutos finais. Agora, será preciso usar toda a força do Beira-Rio e ser perfeito para seguir na trilha do tri da América.