Há sinais para o Grêmio escondidos atrás do erro de Julio César, que recolocou de vez o Fluminense no jogo e pavimentou o caminho para a virada e a vitória de 5 a 4. A derrota passou pela lambança goleiro, mas não foi determinada por ela.
Foram 21 minutos de marcação no alto, de domínio e de um futebol envolvente. Tanto que fez três gols e tinha tamanha supremacia que se imaginava uma noite com mais dois ou três e treino para pegar a Universidad Católica.
Só que o Grêmio deste ano se despluga do campo, age como se pudesse resolver sua vida a hora que bem desejar. Foi assim contra o Avaí. E não foi assim contra o Santos porque o primeiro tempo de jogo foi de superioridade do adversário. Há queda de rendimento, físico e técnico, há debilidades técnicas e, principalmente, há desequilíbrios no grupo que são imperdoáveis.
O Grêmio fechou 2018 com a dor da eliminação na semifinal da Libertadores passando por um erro de um zagueiro reserva. Pois estamos nos avizinhando do inverno de 2019, e esse problema persiste — Marcelo Oliveira, vamos combinar, era uma improvisação.
O Grêmio de 2019 alterna, oscila. Varia de atuações horrorosas, como foi contra a Universidad Católica, em março, para recuperações empolgantes, como foi contra o Libertad, na metade de abril. Ao repassar o retrospecto azul, encontra-se razões de sobra para preocupações.
O Gauchão veio com 180 minutos sem gol. Na Libertadores, a Arena foi silenciada pelo Libertad, que bloqueou qualquer reação gremista. No Brasileirão, são oito gols sofridos e nenhum ponto em casa.
Na quarta-feira, virá a Libertadores. A Universidad Católica é mediana, esforçada, no máximo. Virá para buscar o improvável, sua razão de viver neste semestre é buscar o bi chileno. Mas o problema não é a La UC. O problema é o Grêmio, que joga pouco, se desconcentra e sofre para encontrar soluções que vinham de forma natural.