As energias do Inter se esvaíram na reta final do Brasileirão. A falta delas tiraram o time do caminho do título. Fizeram, por exemplo, o Colorado protagonizar aquela tarde insossa no Engenhão, no domingo (18). Nesta quarta-feira (21), contra o Atlético-MG, a falta de força do time tirou também a invencibilidade no Beira-Rio no Campeonato Brasileiro e já queimou a gordura que garantia as reservas no G-4.
Vale frisar aqui: quando falo de força não me refiro ao fôlego, até porque o time empatou aos 35 e acabou a partida em cima dos mineiros. A força, aqui, é o desgaste como um todo, do esgotamento mental e físico de alguns jogadores que afetaram o coletivo. Talvez neste momento, com mais reposições, essa tenha sido a diferença do Palmeiras.
O que se viu contra o Atlético-MG destoou das partidas anteriores. Antes, havia queda técnica de um ou outro jogador, como Patrick, por exemplo, cujo rendimento despencou e levou uma parte do Inter junto. Ou Pottker, cujo returno ficou muito aquém. Agora, na derrota desta quarta-feira, o que se viu foram vários jogadores com atuações irreconhecíveis — o que se pode justificar pelo acúmulo de jogos justamente nas últimas rodadas de um campeonato extenso.
Mas o fato é que Fabiano e Iago erraram praticamente todos os lances ofensivos. Patrick manteve sua média das últimas rodadas — e não buscar uma solução para ele talvez tenha sido um erro capital de Odair Hellmann. Nico também deixou de ser o jogador decisivo de outrora — e isso coincidiu com a entrada de D'Alessandro, o que mexeu um pouco com sua movimentação em campo.
Tudo isso é a amostra de que o desgaste da temporada cobrou a fatura do Inter. O time esteve lento em sua transição, errou passes demais e usou de superação para equilibrar as ações contra um Atlético-MG que se segura a todo o custo no G-6. Alia-se a tudo isso a noite ruim de alguns protagonistas, como Leandro Damião, que perdeu dois gols na pequena área, e a dificuldade de D'Alessandro quando exposto à uma exigência física maior.
A campanha do Inter, é bom destacar sempre, é excelente. No início do Brasileirão, se alguém chegasse com a oferta de G-4, qualquer colorado assinaria de olhos fechados. A questão é que o desenrolar do campeonato abriu outras portas ao time. Só que faltaram-lhe um pouco mais de qualidade no grupo em um primeiro momento e energias para ser decisivo na reta final. Fica a lição para 2019, que será mais extenso e desgastante com as vagas na Libertadores e o ingresso nas oitavas da Copa do Brasil.